ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ECLIPSE

Hoje meu amor não veio.Quando ela vem,meu dia fica esplêndido,resplandeço,sou iluminado.Mas quando não vem,fico escuro,sou obscuro,sou apagado.Sou total eclipse.Se ela não aparecer nunca mais...prefiro o apocalipse.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Carta ao CLESI

Gostaria, por gentileza, que inserissem esse depoimento na Seção de Cartas. (...) Venho ressaltar a importância e influência cultural que o CLESI teve sobre mim. Quando ainda morava em Ipatinga, foi muito estimulante para minha carreira poética, ver que surgia um órgão cultural numa cidade, onde até então só se falava em aço. E vejam que, um professor de português na época, contrariando sua verdadeira função, quase me desestimula ao dizer: "isso é coisa de idade. Com o tempo, você pára”. Os anos passam, o CLESI cresceu, graças a DEUS e aos abnegados. A vida nos obriga a mudar de cidade, mas não nos obriga a mudar nossa essência. Quando recebi menção honrosa e publicação em Poesia de Bolso, até então de 21 edições do FESP, eu só havia faltado em 3 delas. Naquele dia, eu fui ao céu. Ainda me lembro dos 30 segundos que caminhei rumo ao palco para receber meu certificado. Aqueles aplausos ainda ecoam na minha mente. Aquilo não tem preço. Graças a Deus eu ouvi o CLESI, e não o professor. Obrigado!
Carlos Soares - Governador Valadares - MG

Recebendo premiação 19º FESP/MG/2006



SE NÃO FOSSE O PASSARINHO

Caminhávamos por um imenso campo verde que parecia não ter fim. Andávamos de mãos dadas entre frutos e flores diversas numa aquarela jamais vista. Passarinhos em ritmos e tons diferentes compunham uma confusa mas agradável orquestra. Borboletas brincavam sobre nossas cabeças. Pareciam querer coroar-nos. O sol morno de outono tratava nossa pele com carinho. Enfim, a natureza virou cúmplice de nós, deliciosamente irresponsáveis, sem pensar no ontem, nem no amanhã.
Andávamos, andávamos e queríamos ainda mais. Quando sentimos cansaço, sentamos à sombra de um frondoso e velho carvalho, onde desenhei um coração com nossos nomes dentro. Ali, nos divertimos muito, vendo o vento arrancar as folhas secas das árvores e soprá-las para longe, comparando ao nosso amor, que também se renovava desfolhando uma velha saudade . Falamos de tantas coisas.
De qualquer coisa, mas só as coisas que se referiam a nós mesmos. Parecia que nada mais importava e não mesmo. Estávamos isolados, protegidos, envolvidos no véu do amor.
E continuamos nossa caminhada rumo a qualquer lugar, desde que fosse de mãos dadas. Rimos, brincamos, rolamos. Quando sentimos sede, avistamos logo abaixo um riacho de águas mansas e cristalinas, onde molhamos nossos lábios, antes de eles se encontrarem para saciar uma sede maior: a sede de amar.Foi um longo beijo! Foi um louco beijo! Foram muitos beijos!
Estranhamente a natureza aquietou-se. Nem passarinhos, nem borboletas, nem mesmo a brisa. Tudo deu lugar aos murmúrios e sussurros. Então, naquela relva fizemos o maior amor do mundo. Tão maior e tão melhor que não há explicação lógica, nem descrição poética. Então como se fôssemos um novo casal habitando o paraíso, dormimos abraçados e nus.
De repente, rompeu-se o silêncio. Um passarinho sem maldade, cantava nos meus ouvidos, até eu abrir os olhos lentamente e ver... o imenso campo verde nada mais era que minha cama de alguns metros quadrados. Nos meus braços, não era você...era o travesseiro. Fechei os olhos rapidamente para tentar voltar ao sonho, mas foi em vão. O passarinho insistente me fez voltar à realidade dura.
Esqueci o coração, obedeci ao relógio e fui trabalhar entre buzinas e conflitos.No ritmo lento das
horas, esperando chegar outra noite para abraçar novamente aquele travesseiro.

//////////////////////////////////////////////////////////////

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

CURRICULUM LITERÁRIO

Menção honrosa e publicação “POETAS BRASILEIROS DE HOJE-1986 “ –Editora Shogun Art-
Certificado especial e publicação “INSTITUTO DA POESIA INTERNACIONAL” –1993-


8º lugar, menção honrosa e publicação de 2 poemas ‘POESIA DE BOLSO-19º FESTIVAL ESTADUAL DE POESIA DE MINHAS GERAIS-2004-Ipatinga – MG

Menção honrosa e publicação na antologia “A PONTE “ –OLÍMPIADA CULTURAL NACIONAL

CLUBE AMIGOS DAS LETRAS-Barra Bonita-SP- 2005

Menção honrosa e publicação na antologia “FILHOS DA LUZ” –CLUBE AMIGOS DAS LETRAS-Barra Bonita-SP-2007

1º colocado “ POESIA EM TRÂNSITO “ –Editora Arte Literária-SP-2006

8º lugar e publicação 1º FESTIRIODOCE-FESTIVAL REGIONAL DE POESIA DO VALE DO RIO DOCE –Governador Valadares-Mg 2007

AQUI JAZ UMA FLOR

Aqui jaz uma flor.
Beira de vida, beira de estrada.
Ela foi esquecida, ela foi ignorada
e esse mundo já tão vazio de amor
esvazia-se mais agora porque morreu uma flor
Quem nessa vida somente exalou o melhor dos perfumes
vive hoje de queixumes;
eram fortes as ervas daninhas.
Até quando vão as flores viver sozinhas?
Na beira da estrada?
Na beira da vida?
Aqui jaz uma flor...uma flor esquecida.
Sobre ela se fez sol, se fez chuva, se fez sombra
mas, não se fez atenção.
Que bobagem,
pensam que as flores não têm coração.
Como não, se elas emanam o amor?
Chegará a primavera desfalcada de uma flor.
Quem não foi regada
quem não foi cultivada
quem foi esquecida,
morre na beira da estrada...
morre na beira da vida.
///////////////////////////////

O SONHO DAS ESTRELAS


Eu queria ser uma estrela,
aliás sou...e que brilha até.
Mas nesse céu de estrelas
sou apenas mais um,
pois há outras no céu além de mim;
então passo a ser uma estrela comum.
Eu queria ser uma estrela,
mas uma estrela única .
Tão maior,tão melhor...
não por egoísmo,vaidade ou poder,
Apenas para todo o universo ver
o brilho que posso fazer.
Eu queria ser uma estrela única...
tão brilhante que iluminasse as outras estrelas,
que meu brilho tirasse o mundo do escuro.
Brilharia pra clarear pensamentos
pra nesse clarão aliviar os tormentos.
Eu queria ser uma estrela,
mas uma estrela única.
Tão estrela a ponto de ser amado pelas próprias estrelas.
que todas elas me vissem,me sentissem.
Êta sonho difícil,impossível talvez
porque as pessoas não têm muito tempo de olhar para o céu ,
pois estão todas preocupadas em serem estrelas.

FÊNIX


Sou eterno! Não há derrota ou sofrimento que me impeçam de viver mais um momento. Noutro instante me torno gigante. Quando tudo estava perdido e eu estava caído, ressurgi. Levantei e venci! Quando me sentia afogando dei mais uma braçada e pisei firme em terra. Quando mostrava estar mudo soltei com força meu grito de guerra. Se um dia tive medo no seguinte fui pra batalha, não temia escuro, nem represália. Se às vezes, fui fogo de palha, noutras incendiei o mundo com meu calor. Se às vezes fui pequeno como gota d’água, noutras saí inundando de ânimo, esperança e amor. Se num momento fui grão de areia, uma coisa feia ou estranha,noutro fui uma bela e imponente montanha. Sou assim!Renasço, ressurjo, reacendo! Quando eu parecia oco, uma casa vazia, eu estava cheio...transbordando de poesia


NOTA: Fênix era um pássaro mitológico que renascia das próprias cinzas. A diferença é que eu não sou um mito. Sou real .

sábado, 23 de fevereiro de 2008

LUA DE FASES


Por que choras, lua minguante?
Ontem brilhavas tanto.
Hoje derramas teu pranto cor de prata,
misturando às cascatas.
Tu que abrigas canções e serenatas,
és a lua de todos...não tens por que chorar.
És do poeta, do amante.
Do astronauta, do navegante.
Do insone, do boêmio.
Do cantor que não tem a quem cantar.
Do guerreiro que mata dragões.
Ah, lua mulher...
queria tanto entender tuas estações!
Tu que anseias de dia e passeias à noite
brincas de esconde-esconde entre nuvens e montanhas...
hoje estás estranha.
Noites são assim mesmo...
acendem estrelas e recordações.
Por que choras, lua menina?
Ainda minguante, és vibrante.
Pergunta às estrelas ao redor.
Teu brilho ainda é maior.
Sei que és mulher e vives de fases.
És diferente, inconstante, inconseqüente,
amanhã estarás cheia novamente.

EU ERA DIFERENTE


Enquanto tudo acontecia, eu fazia poesia.
Uns jogavam futebol, outros tomavam sol.
Uns na orgia, outros na igreja
e eu, ora veja, escrevia poesia.
Enquanto uns pregavam a paz
e outros diziam “tanto faz”
e mais outros viviam qualquer ilusão,
eu vivia de inspiração.
Girava o universo...eu tramava mais um verso.
O dia amanhecia...lá vinha poesia.
Perdia o sono na madrugada...ficava triste não,
era sinal de inspiração.
Eu era diferente...
indiferente ao que eu via naquela gente.
Os conflitos, as paixões, as alegrias e desilusões
para mim nada valiam.
Só me interessavam as rimas que de mim fluíam.
Uns sonhavam com a riqueza, outros choravam a pobreza
e eu amava a beleza da minha única fantasia:
escrever poesia!

NOTA:Mudar sem perder a essência, é tão raro quanto belo

SOBRE A FELICIDADE


Muito se fala sobre a felicidade.
Se ela tem formas, se tem normas,
fórmulas e receitas.
É um estalar de dedos, magia
ou é como uma colheita que se cuida todo dia?
Qual a cor da felicidade?
Azul, branca, amarela?
Talvez uma fusão de cores numa grande aquarela.
Qual a forma dela?
E existe forma física?... ou é uma sensação de bem estar?
Onde ela está?
No passado, no futuro, no presente...
ou dentro da gente?
Respostas e perguntas morrem juntas sem definição,
quando às vezes é muito mais fácil ouvir o coração.
De onde vem?
Da flor? Do sorriso? Da amizade?
Ou da saudade gostosa de ter?
Deixe que discutam a felicidade,
pois pra mim, a felicidade é você .

AQUELA RUA
















Nunca mais aquela rua
de jogo de bola na esquina,
de botões na calçada,
de onde a garotada olhava as meninas,
respeitava as senhoras, cumprimentava os senhores.
Passavam peões e doutores, mas, a rua era só nossa
a gritaria misturava noite e dia.
Nunca mais aquela rua de onde se ouvia o sino da igreja,
respeitando o senhor tempo.
Só que o tempo para o menino não é nada;
ele faz dele o que quer, como faz com a bola no pé.
As mães, penteando os cabelos da meninada,
preparando o almoço, preparando para a escola,
preparando para a vida.
Ah!O tempo... o tempo é covarde,
e às vezes arde a vontade de voltar,
mas, o tempo não é mais como a bola
que se faz o que quer com ela no pé.
É o senhor tempo!
Vez em quando volto lá. A rua ainda está lá...
mas, não é mais "aquela " rua.

NOTA: Saudades da "VITAL BRASIL"... aquela rua.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

CACHOEIRA



Começa assim.
Na nascente.
Timidamente, delicadamente.
Vai crescendo num ritmo próprio.
Daí a pouco está intenso,
em ondas caudalosas e turvas
em deliciosas curvas,
provocando arrepios nas descidas e subidas,
sensações perigosas e gostosas
O sangue esquenta, o coração dispara,
mas, o rio não pára.
Acelera, acelera. Mais e mais.
Arrancando mais.
E na última evolução, no auge vai à forra
jorra uma cachoeira de sensações.
E mergulha... e se acomoda em espumas.
E recomeça o mesmo ciclo.
E volta o rio com as mesmas emoções.
Nosso amor é dessa maneira.
Comete, repete.
Nasce um filete d’água
e adora virar cachoeira