ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

SEREIA


Eu não sabia do canto da sereia
que inebria e desnorteia
e leva para o fundo do lago,
o lago do amor.
Música doce,sutil.
Parece do bem, camufla o mal,
o mal do amor.
A sereia é linda!
Cabelos longos, lábios sensuais, corpo de menina
e quando mais se tenta fugir
apaixona-se mais ainda .
a gente dá um passo atrás e dois à frente,
sem perceber
é como a presa rumo à serpente,
cujo veneno parece doce, mas é ardente
quando entra nas veias,
é o veneno do amor.
E uma vez picado no peito
abraçado pela sereia,
não tem mais jeito... será ceia
no fundo...do fundo lago do amor .
Nota: Entre gueixas e sereias...
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Carlos Soares

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O PASSARINHO E A GUEIXA


Passarinho instantâneo
que beija momentâneo a flor que se oferece.
Me ama de forma tão estranha.
Às vezes me assanha, às vezes me esquece.
Bebe meu néctar quando bem quer
e eu, busco nas entranhas e dou de graça
mais mel, mais doce
a esse passarinho que de vez em quando passa
e me suga de um jeito, como se meu dono fosse.
Estranhamente a flor não se queixa
porque lhe convém
pois, é ela a gueixa e sabe que o passarinho vem.
Sabe que o beijo é um momento único, profundo
expressão máxima do amor
é recíproco, é fecundo
ganha o passarinho
e ganha a flor.
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CARLOS SOARES

terça-feira, 24 de junho de 2008

PÉROLAS DE MINHA INFÂNCIA II ( DONA MARIA PRETA)... parte 1

Quem era e é Dona Maria preta? Era assim chamada porque na outra esquina tinha a Dona Maria branca. Essa última quase não saía de casa e para ela tanto fazia o rio correr para cima ou para baixo. Mas Dona Maria preta, essa sim, mulher brava, encarava qualquer um, apesar de nunca ter tido visto briga ou discussão dela com alguém. Acho que as pessoas já evitavam também. A vizinhança era boa. E ela tinha também as suas amizades, só não se podia esperar ela sorrindo solta nas ruas.
Mulher dura, séria, sistemática, compenetrada.Talvez pelas imposições da vida, essas coisas de pele, complexos, preconceitos imbecis, etc.

Nós meninos, éramos donos da rua, jogávamos bola o dia todo, todos os dias até umas 10h da noite. Era só chegar da escola. Era preciso as mães virem com varas na mão, senão a maioria não tomava nem banho, agarrados com a “maldita bola”, segundo dizia Dona Maria preta. Eu mesmo deixava de jantar, já que não podia correr de barriga cheia.Claro, no fundo eu sabia que mamãezinha depois do banho faria uma vitamina de abacate com leite e biscoito ou um café com leite.
Mas quem comia sempre mal acho que era dona Maria. Isso mesmo...Ela odiava aquela barulheira, tremenda gritaria na esquina. E berrava lá de dentro.”Esses pestes não tem mãe, não?”. “Essa cambada não pára nem com chuva...” rs mal sabia ela que justamente com chuva a gente gostava mais. Era só o céu escurecer que saíamos chamando uns aos outros.”Vai chover, vai chover... vamos jogar”. Mas enquanto era só gritaria, para ela, ainda passava, mas e quando a bola caía no seu quintal? Podia esperar xingamentos dobrados e uma bola despedaçada de faca, e ela gritando lá de dentro: “toma sua bola, chuta agora...” “um dia vou sumir desse lugar”, depois de jogá-la por cima do muro. Ficávamos tristes, decepcionados, desolados.
Alguns xingavam da rua: “Sua bruxa velha”. Mas enfim...de onde saía, eu não sei, mas no outro dia aparecia outra bola.

Porém o ponto máximo de tudo isso, foi no dia em que a bola, por um desses azares incríveis, mas também engraçados, em que um pé torto chutou a boa por cima do muro e ela caiu exatamente dentro do prato de comida dela. Ai, meu Deus! Foi menino correndo pra todo lado. E ela, claro, esbravejando, xingando cada nome cabeludo. Alguns meninos correndo, riam fazendo zoeira com ela, irritando-a ainda mais.Uns corriam por medo, mas ainda assim com respeito.Eu estava entre estes.Aprendi com meus pais sempre respeitar os mais velhos. Só não dava para parar de jogar bola. E nesse dia, talvez tenha sido uma das piores experiências de minha infância, o medo que passei.Correndo atrás de um ou de outro, ela acabou me encurralando num muro.”Agora estou perdido”, pensei. E chorando, gritei minha mãe várias vezes, achando que ela ia me bater. Felizmente, ela só xingou:
“Seus capetas, vocês não têm educação não?”, com a bola partida ao meio e suja de feijão, na mão.”Vou lá agora falar com sua mãe”. Claro que não fui em casa nas próximas horas pra não tomar uma surra, também nem sei se ela foi lá. E se foi, minha mãe também não era muito de bater. ( CONTINUA...)

PÉROLAS DE MINHA INFÂNCIA II ( DONA MARIA PRETA)... parte 2

O tempo passou, como tem de passar no grande ciclo da vida. Muitos anos depois, numa de minhas visitas à minha cidade Ipatinga, tive idéia de ir à casa dela. Ela não estava com o lenço costumeiro na cabeça, assim pude ver como seus cabelos ficaram brancos. Já está velhinha, a ponto de quase não me reconhecer, se não fosse o marido, velho também, porém mais lúcido dizer: ”Ô Maria. É o Carlos, da dona Sebastiana, do” seu “Glicério. Morava na terceira casa”. Aí sim, ela se lembrou: “Nossa, menino! Estou pensando que o tempo só passou pra mim. A gente não imagina que as crianças crescem e quando vê toma susto. Quantos anos você tem?”. Respondi: ”34”. E claro, que no meio de vários assuntos, não podia deixar de tocar num que jamais esqueci, e comentei: “Puxa dona Maria, a senhora lembra da raiva que nós fazíamos na senhora com aquele jogo de bola? Quantas bolas será que a senhora furou?” E ela rindo respondeu: “Ihhh... nem posso imaginar”. E emendei: “O pior dia foi quando a bola caiu no prato da senhora. Como aquela bola foi passar pela janela e cair logo no prato?” E ela puxando pela memória, disse: ”Naquele dia eu pensei que ia morrer de tanta raiva. Eu correndo feito louca na rua e a molecada correndo, zombando. Lembro que cerquei um no muro que o bichinho ficou até branco”. Eu ri e disse: “Era eu”. E ela balançou a cabeça: “Você?... mas eu não ia bater não. Tá doido, bater em filho dos outros?”.

Depois de uns trinta segundos interrompi o silêncio dizendo: “Acho que cada um de nós devia vir aqui e pedir desculpas à senhora. Mas ela solenemente, com a mão no meu ombro, me emocionou”:
“Ô bobo! Você sabe que agora eu sinto é falta daquilo tudo? Essa rua acabou, não tem mais graça”.

Por essas e outras, um dia escrevi, já morando em Governador Valadares: “nunca mais aquela rua, de jogo de bola na esquina, de botões na calçada...”.

Em Ipatinga-Mg. Bairro Bom Retiro...Rua Vital Brasil (aquela rua)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

NAS ONDAS DO AMOR


O sol volta.
A lua volta.
As ondas voltam,
sempre diferentes, mas voltam.
Às vezes, tão mansas
que beijam as pedras afagando.
Às vezes, revoltas.
Importante é não secar o oceano.
Assim é a vida
que nos dá nova chance
deixando ao nosso alcance... um novo dia
de luta e poesia
de realidade e devaneio.
Espertamente, uso as duas opções.
Entre o sim e o não,
eu prefiro o meio.

O amor também é como o sol,
como a lua, como a onda,
vem diferente, mas nos sonda.
A brisa que havia tocado meu coração, fraca e sem jeito
deu a volta no universo, ganhou forças
e voltou como um furacão no meu peito.
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CARLOS SOARES

sábado, 21 de junho de 2008

DA MINHA JANELA

A Bíblia na cabeceira.
Na janela o sol.
O pardal, despertador natural
mostra no quintal,
o girassol,o arrebol.
Hoje eu quero ser gente!
É tão simples, mas,tão raro.
Ora barato, ora caro esse paladar.
Mas, como vou saber se não provar?
Então não quero castelos, nem diamantes belos,
só o fundo do poço, o ponto de partida,
A dor da ferida.
A lata d’água na cabeça,
a cabeça que só olha para o chão;
aí eu releio o milagre do pão.
Quero que Madalena me atire uma pedra.
Chega de ser juiz, hoje quero ser réu
e por falar em réu,
quero ser o Cristo mendigo
de farrapos e mau odor
mendigando um pouco de amor.
O menino que engraxa para o doutor.
A dor do parto que vira amor.
E a gente ainda parte sem dar um beijo.
E por falar em Judas,
não quero beijo nem ajuda.
Quero ser o inocente da cela,
não o colarinho da tela.
E por falar em tela,
não quero jornais, nem tevê,
quero olhar dentro de você.
Não quero a mentira séria,
quero a piada da miséria.
Nem o cientista com projetos de heresia,
prefiro a mágica da poesia .
NOTA: As janelas vêem o mundo, mas o mundo não vê as janelas.Tem muita pressa!
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CARLOS SOARES

quinta-feira, 19 de junho de 2008

NARCISO





Eu prefiro ficar aqui...
refletido em meus próprios olhos
agarrado a meu próprio sonho,
mesmo que seja absurdo.
Estar mudo e surdo a tudo que é exterior.
Mergulhar nesse lago e me afogar no meu amor...
no meu amor por mim, amo ser assim.
Dizer que me amo mesmo que não o digam.
Traçar meu próprio caminho mesmo que não o sigam.
Procurei a beleza em todo canto
e encontrei dentro de mim,
por isso fiquei assim...
apaixonado, alucinado e esse amor não tem mais fim.
Dizem que sou um fraco, mas, não vêem que sou tão lindo.
Falam das minhas asneiras de todo dia,
mas, não lêem minha poesia .
Como querem me entender?
Fecham os olhos e alma... como podem me ver?
Mas eu vivo sorrindo, sorrindo para o meu ego
por isso sou tão cego a tudo que não é espelho.
Nesse lago eu me afago, nesse silêncio me escuto,
compreendo a essência do meu ser,
compreendendo-me sou forte,
sendo forte... eu luto.
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CARLOS SOARES

quarta-feira, 18 de junho de 2008

RIO DOCE





" Deposito em suas águas meu grande segredo.
Parto pra cruzar fronteiras, engrossar fileiras,
compor meu enredo.
Deixo as suas margens ricas, sob a sombra lírica da Ibituruna.
Uma pobre sabiá, que perdeu seu canto de frases ligeiras
por ver se apagar, a ilusão ardente
tão inconsequente da paixão primeira.
Oh meu Rio Doce!
Doces são os seios da morena-flor, cor do seu ipê
que vive sob as gameleiras,
pés de genipapo junto de você.
Leva essa morena no seu leito manso,
faz o seu remanso se vestir de azul,
que estou levando a minha mocidade
pras velhas cidades e praias do sul "
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Autor: ZE GERALDO.Grande cantor, compositor, poeta. Nasceu em Rodeiro-Mg.Viveu em Governador Valadares, grande parte de sua infância e juventude, daí surgindo essa bela música RIO DOCE em homenagem à cidade e à serra Ibituruna, considerada a melhor plataforma de vôo livre do mundo, com 1.123 metros de altitude acima do nível do mar, com térmicas incríveis para a prática desse esporte.A vista aérea é fantástica, considerada por muitos pilotos uma das mais belas geografias do país. Dirigir margeando o RIO DOCE, também proporciona um visual lindo. Ah Valadares...pena que anda tão esquecida.A Princesinha do Vale(outrora assim chamada) ainda está na janela.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

CHAMPANHE


Quero champanhe pra beber,
pra reviver...em tragos suaves,
saborear você.
Luzes apagadas,corações acesos.
E antes que eu me refaça
você me pede outra taça.
Acho que vou me embriagar
no seu gosto de champanhe
e que você me acompanhe,
nesse trago,nesse afago.
Nesse sonho com você,
nesse afã de se ter.
E antes que você se refaça ,
eu quero outra taça.
Luzes apagadas,almas acesas,
mutuamente presas...
do mesmo abraço,
mesmo sentido,mesma direção,
numa só razão.
E antes que a gente se refaça
servimo-nos outra taça.
E que nunca se acabe o champanhe
e você me acompanhe,
nesse afago,nesse afã
trago por trago,
até amanhã de manhã.
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CARLOS SOARES




ERÓTICA MENTE









A minha erótica mente
deseja você eroticamente.
A minha louca e plena mente
deseja você plenamente
habitando o novo éden,sem pudor
sem regras para o amor,
saboreando qualquer fruta
bebendo de qualquer fonte.
Um sexo sem juízo, sem nexo
cinturas fazendo côncavo e convexo.
Por cima ou por baixo,
como seu homem me encaixo
entre pernas e braços
da forma que nos convém
Vênus é seu nome.
Eros é meu nome.
Nessa hora somos deuses um do outro... e escravos também
E o desejo e o fogo que nos consomem
não se apagam, cada vez mais propagam esse afã
essa entrega total,
total mente
plena mente
erótica mente.

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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA




O SOM DE DEUS

De manhã pelas ruas andei
quando um som diferente escutei.
Era uma melodia de muita harmonia.
Jamais ouvi semelhante canção,
em rádios,em bares
nem nas cordas de um violão.
E eu pensei nos seres humanos.
Fiquei ali no meio da praça
domado,contagiado.
Então vi pessoas correndo pra lá e pra cá
e triste fiquei;
na multidão que passava
somente eu escutei.
E eu pensei nos seres humanos.
Como as pessoas têm pressa!
Correm tanto para ver o futuro
e não vêem que o presente é mais real,mais seguro.
Não vêem que a simplicidade
é irmã da felicidade.
Passam por um jardim,pisam numa flor
e ainda ficam pedindo amor.
Mas eu estava encantado demais
e deixei tudo isso pra lá.
Só queria saber de onde vinha aquele som
que me trazia algo de bom
coisas que a parabólica não pode captar.
Então vi.
Não era nenhum cantor,
não era nenhum instrumento.
Era apenas um passarinho
mostrando o seu talento.
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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA

sexta-feira, 13 de junho de 2008

MINHAS NOITES SÃO METADES

Meu quarto tem fantasmas por todo lugar.
Dentro do guarda-roupa, nas gavetas
debaixo da cama,pairando no ar.
Uns zombam de mim, outros até brincam comigo.
Alguns mais recentes, outros bem antigos.
Já nem assustam tanto, mas incomodam
podam um novo amanhã.
Quando criança se me assustava,
mamãe mandava rezar.
Só que os fantasmas são incríveis, se adaptam à idade.
Minhas noites são metades.
Metade pra eles,metade pro sono.
O copo d’água noturno não sacia minha sede
e pra não sentir abandono nessa noite deserta
e talvez me livrar da rede da qual sou presa,
deixo sempre a porta aberta.
Quem quiser que entre...
Abrace-me, beije, ame... inflame.
Espero que não saia, mas se sair,deixe a luz acesa.
Quem sabe eu pense que é o sol invadindo a janela,beijando meu rosto
um passarinho saliente me chamando a sorrir de mentira novamente,
até que volte a noite,com fantasmas e seus açoites
com o bêbado que titubeia e não diz coisa com coisa pra ninguém,
com o vaga-lume que vagueia com luz própria,
embora inconstante e é feliz,
com a coruja desconfiada piando não sei pra quem.
E se as noites são metades,eu também sou.
Um pouco bêbado, um pouco vaga-lume.
Um pouco coruja piando pra ninguém.
Até aprendi a conviver com fantasmas,
e se eles me perturbam tanto,
às vezes zombo deles também
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CARLOS SOARES

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O TOPO

O alpinista almeja o topo da montanha.
Persiste ...
porque sabe que lá em cima existe o auge, o ideal.
O alquimista planeja a pedra filosofal
que lhe daria poder total.
Todos buscam o melhor.
O lutador, o corredor, o jogador... querem ser campeões.
O astronauta já não quer mais só a lua... vislumbra o universo.
O artista quer encantar multidões,
e eu ,.alcanço meu topo em versos
te escrevendo emoções.
O poeta não é maior que a musa;
É Mona Lisa, num sorriso maroto, quem me diz,
É assim que me sinto grande e garoto,
quando te faço feliz.
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CARLOS SOARES

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pequeno resumo sobre Ícaro

Pequeno resumo de Ícaro, personagem da mitologia grega. O rei Minos, irado contra Dédalo( pai de Ìcaro), por ter ajudado sua filha a fugir com Teseu, mandou jogar pai e filho no labirinto, uma fortaleza de paredes enormes. Dédalo entendia a prisão como intransponível, pois Minos, o rei, controlava terra e mar. Mas ele pensou... mas o ele, não controla o ar. E sonhou voar. Artista criativo que era, ajudado por Ícaro, fabricou asas com penas de aves, prendendo com fios de arame e fixando com cera. Por fim, equipou a si e a Ìcaro, não esquecendo de recomendar que não voasse tão próximo do sol para que esse não derretesse a cera, pois assim cairia e morreria no mar .E alçaram vôo. Dêdalo à frente. Porém Ìcaro, alucinado e vislumbrado pela bela imagem do sol e talvez contagiado pela sensação de poder e liberdade, aproximou-se demais, e assim a cera derreteu e por fim caiu no mar. Quando Dédalo olhou para trás, só viu as penas flutuando no mar. Lamentando e culpando-se ,enterrou seu filho numa ilha, a qual chamou de Icária, em homenagem ao próprio.

ÍCARO MODERNO

Ria da minha utopia.
Diga que essa coisa de fantasia não é coisa normal,
chega ser até banal.
Mas prisões são tão antigas.
Às vezes de concreto,
às vezes da imaginação.
O escuro,o segredo
a timidez,o medo.
Tudo isso é prisão.
Já dizia um doutor que os loucos não sonham,
mas,se não sonho fico louco.
Então eu sonho,canto
grito,fico rouco.
Melhor a pureza do sonho
que a dureza da realidade.
È que a felicidade é uma faca de corta de dois lados.
O Ícaro,meu amigo,
não sabia do perigo dos sonhos alados
e que o sol que aquece e ilumina
também derrete as asas e nos faz ficar calados.
Mas,quem é louco não se cala
nem deixa de sonhar.
Então me deixe compor,cantar
fazer versos ao universo,
pois,é esse o meu jeito de voar.