ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O CRIME QUE COMPENSA


Com jeito, com malícia
ao meu jeito, com carícia
encostar-te no meu peito.
Confessar paixão imensa.
Mesmo que seja proibido,
esse é o crime que compensa.
Apreciar-te, te cantar, te falar poesia
Te fazer amor, te causar alegria.
Beijar-te inteira a noite inteira.
Andar por teus caminhos
Nas suas curvas descobrir mais e mais
Como uma ilha, como mata virgem
Vou como o vento sussurrar te causando vertigem.
É tanto o que eu quero, que não imaginas, nem pensas.
Eis um crime de recompensas.
Sugar o mel, subir ao céu.
Entre lábios, pernas e seios, por todos os meios
Perder-me no teu labirinto de prazeres sem jamais buscar saída.
Só o encontro, sem despedida para essa paz imensa
que apesar de proibida, é um crime que compensa.
No escuro desse quarto guiado pelo cheiro de tua flor
irresponsavelmente perdido em teus braços
amparado no teu amor.
Como menino, encostar no teu peito.
Como homem, com malícia e com jeito, te dar felicidade imensa.
Embora não seja direito...
esse é o crime que compensa.

Nota: O amor não segue leis. Busca seu próprio sentido, é o egoísmo a dois. (Revirando gavetas)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

NÃO É O FIM


Quando pensei que era o fim
assistindo via satélite as tragédias,
a miséria como nossa pior comédia...
O apocalipse quase real
sem sol, sem lua...
Quando vi o eclipse total de mentes e corações,
a burrice exaltada na rua,
reuniões secretas decidindo por multidões
menos escolas, mais celas
crianças jogadas pelas janelas...
quando o mundo parecia sem jeito e sem rumo
barco sem norte, balança sem prumo... eu quase desistia
mas, meu sorriso voltou
quando vi pessoas fazendo poesia.

Nota:Dedicada aos amigos blogueiros poetas e a quem não escreve também, mas que cultiva e aprecia.Cada vez que encontro alguém com sensibilidade meu coração se renova de esperança.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TRANSBORDANDO

Não quero ser seu rei.
Posições dividem pessoas
e divisões nunca são boas.
Eu só quero somar um mais um
pra sermos dois em comum
Longe de mim ser seu Deus,
muita pretensão para um simples mortal.
Quero ser seu parceiro, quero ser igual.
Não pretendo ser seu ídolo.
Ídolos são frios e distantes,
quero ser presença e presente,
quero todo dia, quero constante.
O poeta é egocêntrico porque ama demais
e quer ver no outro, o espelho de si mesmo
refletindo um amor maior que os normais.
Amor de poeta é diferente,
transborda, transcende
extrapola, acende.
Mexe com os sentidos na forma mais justa
e por isso assusta.
Mas no fim, você é a estrela maior
desse amor exaltado.
Não quero ser o centro de tudo,
apenas seu namorado

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Série Minhas canções favoritas( Rosa de Hiroshima)


Aos amigos e amigas que me visitam meu abraço antecipado. A partir de hoje, entre uma poesia e outra, postarei aqui algumas de minhas canções favoritas. Longe de querer ser um blog educativo, apenas mostrando e compartilhando com meus amigos algumas preferências.Estejam livres para me corrigir, caso eu omita ou erre algum detalhe. Sou um pesquisador contumaz desde criança, sempre fui de questionar, duvidar, de querer saber o porquê das coisas, mas nem sempre conseguimos apurar tudo.Vou contar algumas historinhas, mas não sou FORREST GUMP e acreditem...estive em cada uma delas. Sempre “viajei” muito. Não dá pra separar música e poesia e as canções que vou citar me influenciaram muito no desejo de escrever.
As músicas que postarei, às vezes nem tanto por serem bonitas, e são, mas também pela importância de suas épocas. Assim começarei hoje com ROSA DE HIROSHIMA , poema do grande Vinícius, que claramente se pode ver, é uma alusão à estupidez de uma bomba atômica jogada sobre duas cidades japonesas, que já haviam se rendido na guerra.Toda guerra é estúpida e não me cabe aqui dizer quem estava errado, mas o fato é que aconteceu.
Nos anos 70, surgiu uma banda, (SECOS&MOLHADOS), totalmente fora dos padrões da época, de rosto pintado e liderada por um artista rebolante ( NEY MATOGROSSO).Um integrante da banda, GERSON CONRAD musicou esse poema, colocando uma melodia linda com uma interpretação incrível do NEY.
A ORIGEM DA MÚSICA:
Claro que a música fala da segunda guerra mundial, mas teve sua origem nos anos 70. A GUERRA DO VIETNAM, corria solta de 1959 a 1975, razão porque surgiram cantores de protesto como BOB DYLAN, LED ZEPPELIN, PINK FLOYD, festivais como WOODSTOCK e o movimento hippie, que no início nada mais era que jovens americanos, contra a guerra, que por rebeldia, deixavam suas casas, se faziam de mendigos (daí seus cabelos longos, roupas estranhas, barbas por fazer), para não serem obrigados a se alistarem no exército.Por fim o movimento foi ganhando força até que surgiu o PAZ E AMOR.

Uma imagem de uma menina vietnamita, correndo nua pelas de HANOI ou SAIGON (não sei ao certo) com uma imensa bola de fogo atrás de si, correu o mundo pela tv. Essa menina foi chamada de ROSA DE HIROSHIMA. Na minha opinião, Vinícius estava é avisando.. “pensem nas crianças telepáticas, nas mulheres rotas alteradas, nas meninas cegas inexatas”, ou seja.não façamos essa besteira de uma guerra mundial novamente... “pensem”. Segue a letra:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Vinícius de Moraes

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

TRANSPARENTE SIM



Queria não ser tão transparente
e não mostrar a toda gente essa alma de forma tão rara
Como a fonte mais e límpida e clara
tão fácil de beber.
Mas se não fosse para beber,
a fonte não teria razão de ser.
Pra que uma fonte escondida?
Já existem tantos segredos nessa vida.
Desculpem-me intelectuais.
Eu queria escrever difícil,
mas isso vem do início,
não tem jeito mais.
Poeta que nasce torto, morre torto.
Cada vez que usei o intelecto esquecendo o coração, fui inseguro.
Fui peixe fora d’água.
Andei na contra-mão, bati de frente com o muro.
Tolas são as pedras que ficam inertes
sentindo as águas passarem em seu rosto
e não vivem a emoção das coisas simples
que nos dão mais gosto.

Nota: Nada contra os intelectuais.
Nota: “É só um jeito de ser, não precisa ninguém me acompanhar”(Caetano Veloso).
Nota: “Eu vou fazendo meu caminho, não peço que me sigam. Cada um faz o que pode. Os homens passam e as músicas ficam” (Raul Seixas).

O CASULO


Pedrinho era um menino triste. Não gostava de brincar, não tinha amiguinhos, vivia pelos cantos. Um dia num de seus refúgios, como um eremita mirim, entrou num bosque, sentou-se sob uma árvore, encostou a cabeça nos joelhos e começou a chorar. Chorava de forma tão intensa que até as árvores, as flores e os bichos se contagiaram e ficaram tristes também; o esquilo chorou, o macaco não brincou, o passarinho não cantou, o castor nem se aproximou. Flores cabisbaixas guardaram seu perfume.
De repente uma voz suave murmurou:
-Ei, ei menino... por que chora?
Pedrinho nem respondeu, não queria falar com estranhos, continuou no seu mundo fechado, ensimesmado. Mas a voz insistiu:
-Ei, menino... não chore mais.Veja quantas coisas lindas à sua volta. Por que chora?
Pedrinho levantou a cabeça procurando ao redor quem falava, mas não viu ninguém. Ficou um pouco assustado e perguntou:
-Quem é você? Quem está aí?
Então uma grande e linda borboleta, toda colorida de azul, branco, vermelho, amarelo, era um arco-íris de asas, se apresentou com uma voz mais meiga ainda.
- Sou eu, uma borboleta.
-Nossa, como você é linda! Posso tocar em você? – entusiasmou-se Pedrinho estendendo a mão.
- Claro- respondeu a borboleta pousando naquela frágil mão... e cobrou.
- Por que estava chorando? Não gosto de ver ninguém chorando, menos ainda, crianças.Crianças existem para sorrir, brincar, estudar.
-Não está vendo estampado no meu rosto como sou feio? Olha meu nariz como é grande. E essas bochechas horríveis. Tenho pés grandes, ando até torto. Minha voz é esquisita (qualquer semelhança com o autor é mera coincidência). Tenho até vergonha de olhar para os outros com esses olhos esbugalhados.
-Ora, ora menino. Nada disso é importante, nada disso merece uma lágrima. O que importa é a beleza do seu coraçãozinho. Se você é um bom menino.Você me acha linda, não é?
-Acho sim, demais- disse Pedrinho ainda enxugando o rosto
-Pois olhe atrás de você nessa árvore. Veja esse casulo. Dentro dele existe uma lagarta cabeluda, cheia de pernas, asquerosa, que dá até medo nas pessoas.Nem por isso ela é triste, pois sabe que é parte da natureza, a perfeição que Deus criou, com tantas diferenças se encaixando. Antes de ser essa borboleta linda, eu era uma lagarta feia e vivia num casulo também. Eu me transformei. As pessoas devem se transformar.
Nisso Pedrinho sentiu que a tristeza foi saindo aos poucos, foi ficando aliviado e até esboçou um sorriso de canto de boca.
- Como assim... transformar?
- De dentro para fora. Quando você estava triste, tudo à sua volta também estava. Se for pra contagiar, por que não de alegria? Metamorfose é respeitar as pessoas, as diferenças, as raças, as crenças. Não fraquejar diante de derrotas, aprender a caminhar com elas. Ser humilde nas vitórias. Dar chance às pessoas. Perdoar não com a autoridade de quem perdoa, mas com a fraternidade de quem acolhe. Ajudar a quem precisa. Fazer o bem sem esperar recompensas e aplausos. Acordar de bom humor, abrir a janela e dizer: Bom dia sol! Bom dia vizinho! Bom dia Deus! Abrir os braços abraçando o mundo. As pessoas vivem dentro de casulos e não sabem, fechados, escuros, sendo que o mundo lá fora é tão brilhante. São estrelas e não sabem.Sorriso não tem preço. Venha, siga-me. E saiu voando.Pedrinho foi atrás. Seus olhos pareciam duas pepitas, reluzentes, sem lágrimas. Saiu correndo, pulando, como uma criança de verdade. Chegando à beira da rua a borboleta continuou.
- Veja quantas crianças. Como brincam, como são felizes. Vá brincar também.
Pedrinho olhou para a nova amiga jogando um beijo no ar e disse:
-Muito Obrigado! Estou me sentindo lindo!- e saiu correndo em direção à meninada.
- Missão cumprida-pensou a borboleta e voou para longe, quem sabe para salvar outros meninos.
Era uma vez um menino triste... era, não é mais.
Mais um casulo se quebrou.

NOTA: Estou revirando gavetas e encontrando textos juvenis

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CARA A CARA


Meu corpo mudou.
A embalagem mudou depois de tantas datas.
Tingi meus sonhos de ouro e os cabelos de prata.
Alguns quilos a mais. Uma ruga aqui e outra ali.
Até a miopia aumentou.
Até o coração mudou um pouco.
Não endurecido, mas precavido.
Mais rouco, menos louco.
Cabelos nos ombros não mais.
Minhas mãos ainda escrevem alegrias e ais.
Quando meus lábios se calam,
meus olhos falam muito mais.
Não, eu não venci o tempo, tampouco perdi.... foi ele que me ajudou.
Obrigado por dizer cara a cara
que nada mudou nos meus olhos
que olham de lado fingindo não enxergar.
É só uma jeito de dizer
que não consigo me ver
de novo no seu olhar

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

POR VOCÊ

Se eu cantar e desafinar
não ria de mim.
Ainda que eu não lhe encante como cantor,
sou afinado no amor.
Se eu fizer uma poesia difícil de ler
sem uma rima sequer,
não se chateie,
a frase mais linda fala de mim e você.
Se eu andar por aí
não se preocupe,nada a temer,
fui buscar flores pra você.
Se eu chorar,não chore,
sou só um menino querendo colo.
Se eu sorrir,sorria também
a felicidade só é real quando se divide com alguém.
Se eu falar será exaltando você,
mas se eu ficar mudo,não estranhe.
Assanhe,me arranhe,
estou pensando num jeito de amar você.

sábado, 15 de novembro de 2008

VOZ ROUCA

Voz rouca!
Que sussurra, que grita, que canta.
Que intriga,que irrita, que briga, que encanta.
Voz rouca que espalha poesias.
que lamenta, que suplica.
que declama, que reclama.
Quanto canta, parece chorar.
Quando chora, parece cantar.
quando declama, está a reclamar.
Voz rouca!
Esse estranho som,fora do tom
saindo rasgado de uma garganta
parece trazer coisas das entranhas
do túnel do tempo que eu perdi.
sei lá se é do passado ou do futuro,
do passado acho que já esqueci,
o futuro ainda vai vir,
só sei que minha voz está presente.
pra uns, é charme, pra outros, defeito
importa é que sai do peito
das profundezas do ego
ou será apenas uma forma de dizer por aí
com uma voz diferente a esse mundo surdo e cego
que eu estou aqui?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

VAMOS DANÇAR?


Veja, menina !
O horizonte que se descortina
nos convidando a voar nesse sonho azul
a fazer o amor maior do mundo,
maior que o próprio céu .
O arco-íris como um véu
nos coroa, nos celebra, nos festeja.
Veja, menina, veja !
A felicidade é ali, é agora.
Vamos sem demora.
Vamos beijar no espaço infinito... como é o amor,
dê-me seu braço, vamos dançar sem pudor.
E se a noite chegar,
estrelas vão se afastar
para verem duas estrelas a bailar.
Cúmplice e testemunha, a lua cheia
e nosso beijo, ela clareia
até a dança terminar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O POEMA QUE EU NÃO FIZ

Essa ponte tão longa
essa fonte que não chega
essa estrela que brinca comigo
fingindo estar perto.
O oásis no meio do deserto é só uma miragem
e eu sigo sedento nessa viagem.
Essa música que o rádio não toca...gosto tanto dela
e eu sem graça na janela
esperando a mulher que nunca vem.
Meus olhos perguntam ao horizonte
se alguém me espera também.
Onde está o beijo que não provei?
O amor que não tive?
O abraço que não ganhei?
Onde descansar a cabeça de sonhador?
Travesseiros não ouvem,nem falam
apenas exalam qualquer perfume,
menos o perfume do amor.
Que escolha triste...querer exatamente o que não existe..
Querer o que não pode ser.
Tocar o que não pode ver.
Jeito estranho de ser feliz.
Gosto de todos,
mas gosto mais do poema que eu não fiz.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

PENSAMENTO

Sem ponto final
lá vai meu pensamento.
De estação em estação a procurar.
Bem pra lá da estrela Dalva,
mais fundo que o fundo do mar.
Mas,onde estás nesse momento
que nem meu pensamento pode te encontrar?
És assim tão invisível.
De indiferente passas a ser inexistente.
E lá vai meu pensamento sem encontrar seu alvo
como flecha errante que partiu;
É que de estação em estação
nem a estrela Dalva,nem o fundo do mar,
ninguém sabe...ninguém te viu.
De que adianta meu pensamento ousado neste instante
se tua indiferença gigante
faz-te sem vontade de mim?
Vai meu pensamento assim,
até o topo do mundo,
onde a estrela dorme
e o vento não alcança.
E penso...até onde meu pensamento nem pensava em chegar
e não posso te avistar,
pois,te escondes no breu do adeus,
atrás do nunca,no escudo da indiferença,
no negror do não.
Vou aonde o perdido se esconde,
mas são gritos em silêncio,
gritos que o eco não responde.

sábado, 1 de novembro de 2008

TEIMOSIA

Disseram que era alto... eu subi.
Disseram que era longe...alcancei.
Disseram que era bobagem... eu sonhei
Disseram que era amargo... eu comi
Disseram que eu ia esquecer... não esqueci.