ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

DE LUTO


( imagem charquinho.weblog.com.pt)
Amigos(as).
Obrigado a todos(as).Estou um pouco triste hoje. Perdi um amigo, um piloto que morreu com o pai anteontem perto de BH. O pai, amigo também, porém mais caladão, eu conhecia ainda lá de Ipatinga. O filho, Raphael, mais próximo de mim, só tinha 27 anos.Rapaz, bem ao meu estilo,brincalhão, meninão, brilho nos olhos,sempre feliz, bonito. Gostava de ler minhas poesias. Me chamava de controlador poeta e brincava em trocadilho. "Esse negócio de aviação com poesia não vai dar certo. Poetas são muitoo voados, aéreos. Quem tem que voar é piloto e avião". Quando pousava nunca deixava de ir à minha sala. "E aí,Carlão. Vim só pegar na sua mão" . Me zoava com o Atlético dele. "Você só tem um defeito:ser cruzeirense". E eu respondia. "Então eu sou perfeito". Ele ainda tem mais um irmão também piloto,Marcelo, outro bom amigo que esteve comigo na semana retrasada, e claro, a gente não imaginaria isso nunca. Bem, um blog não é só pra falar de coisas boas e assim registro aqui a perda de mais um amigo jovem e isso me entristeceu muito. Impossível não descer algumas lágrimas. Que Deus os acolha na sua infinita bondade.
Mas meu sábado não foi de todo ruim. Participei até de reunião política,vê se pode. E de noite, pasmem: chá de bebê. Só eu mesmo. Vida que segue. Um abraço geral!!!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SONHOS DE UM MENINO PASSARINHO


( imagem google)
Já tive cada sonho. E todos sempre muito fortes. Já contei alguns aqui. Já sonhei com a Virgem Maria sentada na minha cama me dizendo para rezar muito. Nesse, tenho quase certeza de que não estava dormindo, só que era muito pequeno e não posso afirmar. Um dia sonhei que fui condenado à forca. Sonhei, esse também acho que estava acordado, que vi uma imagem de fogo dourado , em forma de pingo, cair no quintal. Corri para ver e não tinha nada. Minha mãe, sempre supersticiosa, disse que o que eu vi se chamava “menina de ouro” ou “pingo de ouro”, não lembro direito, e que só pessoas abençoadas conseguiam ver. Senti-me importante por isso. Outra vez sonhei que estava voando. Esse foi o mais gostoso até hoje. Não tinha asas. Só abria os braços e ia aonde queria. Passei em cima do oceano. Descansei na montanha. Estive nas duas pontas do arco-íris. Voei lado a lado com belos pássaros, e um disse aos outros. “Olhem só, um menino passarinho”. Nesse dia fiquei muito chateado de ter acordado, parecia tão real. Outro belo sonho, foi fazendo amor na relva. Esse foi meio frustrante, acordei com travesseiro na mão, he he. Foi um passarinho que me acordou na janela. Sempre um passarinho. Deve ser por isso que uso pseudônimos como, “passarinho aprendiz”, “menino beija-flor”. Porque amo a liberdade de voar, de pensar, de ser, de escrever. Eu acho que nem sonho, na verdade acho que projeto os sonhos pra dentro de mim, como se eu os fizesse acontecer. Sabem por quê digo isso? Por causa de outro sonho maluco. Andei dizendo em textos, que o poeta não faz poesia. Ela já está em algum lugar, numa outra dimensão esperando que alguém lhe sirva de ponte. Disse isso porque já tive várias impressões e acho que muitos poetas também, de ler algo meu e me perguntar. “Será que fui eu mesmo quem escrevi isso?”. Não que tenha ficado belo, nem sempre fica, mas às vezes transcende os limites da razão, da mente humana. É como se aquilo viesse de um outro patamar da existência, de uma outra esfera, que não humana, num momento de êxtase ou transe. Eis meu novo sonho.
Um grande pássaro, como aquele do Harry Potter, pousou perto de mim, abaixou as asas, num sinal para eu subir. Não tive medo, senti energia de paz ali. Sentei-me sobre seu dorso, segurando algo como rédeas e levantamos voo. Fomos para uma longa viagem pelo universo. Voamos o dia todo. Perguntei aonde me levava e ela respondeu cantando lindamente, que estávamos indo para a ilha da poesia. Passamos galáxias, cumprimentamos estrelas e cometas. Vimos asteróides perdidos, pequenos planetas, cometas errantes. Estrelas ascendentes e cadentes. Vi constelações e estrelas solitárias, num paralelo à raça humana. Pousamos numa ilha espacial, incrivelmente iluminada. Uma passarela florida indicava o caminho. Andei muito numa caminhada agradável, algum segredo ia ser revelado a mim e isso me fascinava. Depois de passar fontes e jardins, avistei um abrigo, em forma de casa de esquimó, porém bem maior. Entrei. Um senhor, parecendo um mestre, de túnica branca, sentado de pernas cruzadas, cujo rosto não pude ver devido à tamanha luminosidade do local, disse em voz grossa. “Seja bem-vindo a esse lugar. Seja digno dele”. Fiz reverência e perguntei. “Sei que estou num lugar sagrado. Mas onde exatamente estou?”. O mestre respondeu. “Essa é a ilha da poesia. A fonte de toda a poesia. Toda a poesia emana daqui. Vocês poetas, são apenas pontes dessa ilha mágica para o mundo terreno. Vocês são muito importantes, são flores para o mundo. Sem vocês, o mundo estaria mais feio”. Apontou para seu lado direito uma bola vermelha que parecia arder em chamas, colocada sobre um pedestal e disse. “O que arde nessa bola não é fogo. É a fonte, é a revelação de como a poesia nasce, de como ela sai dessa ilha encantada e vai através de vocês poetas, até a terra. Não tema. Os escolhidos não podem temer. Toque-a, mas seja digno dela”. Perguntei se alguém estivera ali antes, ele disse que não podia responder. Em sinal de respeito, fiquei descalço para pisar no tapete vermelho com bordas douradas que levava até a bola de fogo. Era como a espada de Excalibur, era preciso ter dom e poder para possuí-la e eu estava muito orgulhoso. Aproximei-me, fechei os olhos... e toquei. Silêncio total. Segundos depois, comecei a ouvir melodias várias e distintas até começar a ver, a ter a revelação. E vi meu coração cheio de poesia. Chorei. Chorei muito. Não sei porquê, mas chorei. O grande segredo estava dentro de mim. A poesia nasce no coração da gente. Acordei e estranhamente meus olhos estavam cheio d’água. Será que eu chorei dormindo? Não quis dormir mais. Fui para o terraço e fiquei contemplando a maravilha cósmica que só quem sabe voar pode conhecer, talvez os astronautas... ou meninos passarinhos. Bem, astronauta eu sei que não sou.
/////
Nota: Yuri Gagarin, primeiro astronauta a viajar pelo espaço disse diante da beleza cósmica que viu: "Agora posso compreender a pequenez do homem"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

É UMA DORZINHA TÃO GOSTOSA


É uma dorzinha tão gostosa
que a gente nem percebe que é dor.
É assim a dorzinha do amor.
Cada vez que as bocas dizem ais
estão é pedindo mais.
Então deixe doer
deixe o vulcão ferver.

O coração dispara,
mas a gente diz “não para”
Se parar a gente reclama,
deixe arder essa chama
que incendeia esse amor.
É uma delícia a dor
de lhe... ter
de me... ter.
De se meter entre pernas e braços
buscando um sem fim de sensações
e no laço do abraço
infindas tentações.
É a dor que a gente quer.
Que tira o melhor do homem
e arranca risos da mulher.
E a gente jorra, vai à forra.
O último gemido parece que dói mais,
mas não é dor,
é apenas a expressão máxima do amor.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NEM TUDO PASSA


( imagem flyingtimes )
Nessa vida tudo passa.
Os caminhões... os barcos e os aviões.
Perde-se no espaço até a fumaça.
Passa a brisa na hora precisa,
as águas dos rios com seus cursos e desvios.
Tudo passa na cidade,
menos essa maldita saudade.
Passa o circo, passa o parque,
passa a banda,
mas a saudade não anda.
Passa inverno, outono e primavera...
e passa verão,
mas a saudade não passa não.
Quem sabe a fumaça um dia carrega,
ou a brisa um dia a avisa
que é hora de passar.
Quem sabe o rio possa levar...
ou lavar de mim essa saudade
que maltrata e desacata meu ser...
para acabar com esse dilema
eu preciso mesmo é te ver.
.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O AMOR EM MIM


( imagem viageabril.com)
O amor é uma coisa boa
Mas ele não é uma pessoa.
Não está em ninguém
o amor está dentro da gente.
É quem nos faz bem.
O amor tem que ser agora, todo dia
Amor é espontâneo, não caridade
O amor não é fisico, nem física, química, nem filosofia ou teoria
Amor é capacidade.
O amor é quem me diz sim
Meu amor é simplista.
Meu amor é egoísta,
só gosto de quem gosta de mim.
O amor não é talvez, é certeza.
É ser na mais pura leveza
Amor sozinho vira mágoa.
o gelo vira água e acaba o jogo
Amor tem que ser fogo.
Amor nem tem lógica, nem mágica
Ele é o que é por si só
Acontece, cresce no seu próprio tom
Amor é complexo de um mais um
e duas pessoas fazem um nó
é desconexo e por isso é tão bom.
Vamos fazer amor ... em vez de explicar algo tão complexo.
Pode até existir sexo sem amor
mas não existe amor sem sexo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UM MENINO E SUAS ARTES


( cantinhodaprodenise )
Gente. Considero isso uma relíquia particular. Sei lá qual idade, 12.,13 anos. Mexendo em velhas coisas minhas encontrei uma música que fiz com um amiguinho que se chamava Francisco, apelido Quita. Hoje nos EUA. Tocava violão muito bem, ganhou o seu desde novinho e aprendeu em escola de música. Era inclusive priminho de um cantor famoso da época. Só não vou citar o nome do cantor porque vocês sabem que é complicado citar nome de artista. Ele nem falava isso com muita gente. “Ninguém vai acreditar mesmo”, dizia. Nos anos 70 havia muitas baladas românticas, como os Fevers. Quando digo que era aluno mediano, sou cruel comigo mesmo. Só não gostava muito de estudar em casa e fazer deveres. Compensava ao ser muito atuante nas aulas, interativo, principalmente no tocante à arte e esportes. Eu fazia de tudo. Só não aprendi a desenhar, isso não teve jeito. Só fazia uma casinha com chaminé, algumas nuvenzinhas, um solzinho no meio das montanhas, uma vaquinha pastando. De tanto a professora dizer que eu estava sendo repetitivo, um dia fiz o mesmo desenho, com duas vaquinhas. Ela riu. “Mas você é esperto, hein? Vou dar um 8 pela criatividade”. Criativo eu era mesmo. Um dia conto como me livrei de tirar um zero, graças à minha criatividade. Adorava gincanas. Fazia fantoches, marionetes. Ia para trás do teatrinho e dava vozes aos bonecos. Até representava no palco. Fazia paródias. Inventava novas versões para estorinhas infantis. Amava sair pedindo doações nas ruas para semana da primavera. Gostava muito de trabalhos de grupo, até porque eu nunca tinha o material escolar completo mesmo. Certa vez me meti a participar das olimpíadas estudantis. Tentei maratona e corrida com barreiras. Foi um fiasco, mas praticar eu pratiquei. Uma vez, na semana dos professores fiz um texto combinando nomes das professoras com as matérias, com suas características, manias, jeito de andar, tudo rimadinho, foi maior sucesso. Elas adoraram e riram demais porque ficou muito engraçado. Gostaria de ter esse texto ainda. Eu e Quita resolvemos compor uma música que vocês verão abaixo. Tentei escanear, mas o papel estava tão velho, amarelado que desfragmentou na minha mão. Mal consegui ler minha letrinha tortinha e feinha. Alguns trechos e rimas foi fácil lembrar, pela simplicidade da letra. Agora, eu pergunto. Quem era eu, aos 13 anos de idade para falar de amor? Talvez influenciados pelas músicas melosas da época, mas ainda acho certo disparate, de tão novo que era. Será que eu me achava um rapazinho? De certa forma sim. Quita então não andava sem o violão. Escrevemos juntos, mas foi ele sozinho quem musicou a letra. Na semana das crianças não tínhamos nada de novo, era preciso algo diferente dos teatrinhos de sempre, das gincanas, das queimadas meninas contra meninos. Tinha que ter algo mais. Cada sala apresentava algo. A ideia foi dele. “A gente canta no fim da festa no último dia e a gente aproveita e canta nossa música. Nossa música vai ser a última”. Tremi. “Ah, não. Cantar no microfone não. Não dá pra mim. Tenho vergonha. Eu canto no meio de nós brincando”. Ele já meio experiente, disse. “É a mesma coisa. Você é até afinado. Só precisa cuidar para não soprar no microfone. Esperar o tempo da música, não atravessar. E mais, você vai estar me acompanhando somente. Tudo é festa, ninguém vai notar nada”. Cismado, pensei demais, uns dois dias. Acabei topando como sempre. Ensaiamos muito. Foi muito legal. Pátio cheio, a gente lá em cima. Lembro até hoje, Quita afinando violão Di Giorgio. Eu nervoso, ia ao banheiro fazer xixi de meia em meia hora, chegava lá e não saía nada. Cantamos, claro, ele mais que eu, umas três ou quatro dos Fevers, uma do Roberto Carlos, duas do primo dele, além de “Eu só quero um xodó”, “Severina xique xique”, “Alegria, alegria”, do Caetano. Em “Preta Pretinha”, arrasamos, porque até as professoras no meio dos alunos lá embaixo, cantaram. Mas arrasar mesmo foi na nossa música. Reparem como eu falo na letra que sou um adulto. Estranho, hoje vivo dizendo que sou menino. Não sou Charles Darwin, mas também tenho meu elo perdido entre tudo que já fui e fiz e tudo que sou hoje. Estive perto de muitas coisas e estive longe de muitas coisas. Nessa diversidade de sentimen tos e momentos, entre o quase tudo e o quase nada, algo não encaixou... e eu não sei o que é. Eis a letra. Não esperem, por favor, algo ao nível de Vinícius . Eu era criança, né?

QUANDO EU ERA CRIANÇA
VIVIA A NAMORAR
AGORA QUE JÁ SOU VELHO
NINGUÉM QUER MAIS ME AMAR.
CONHECI UMA MENINA NA JANELA,
COMECEI A GOSTAR DELA.
ELAGOSTOU DE MIM E O AMOR SE TRANFORMOU.
DIZEM QUE NA VIDA TUDO PASSA
EU SEI QUE O AMOR ACABOU
HOJE EU ACHO GRAÇA
PORQUE A LEMBRANÇA NÃO PASSOU.
ELA FOI COMO PASSARINHO
QUE VISITOU O MEU JARDIM
DOS MEUS BEIJOS ELA PROVOU
DIZENDO QUE GOSTAVA DE MIM
MAS PRA LONGE ELA VOOU
E A PRIMAVERA TEVE FIM.

REFRÃO...
VOLTA PASSARINHO VOLTA
O JARDIM ESTÁ DESERTO
MAS A FELICIDADE ESTÁ PERTO
NÃO ABANDONE O SEU JARDIM
VOLTA UM DIA, VOLTA,
PRA DIZER QUE GOSTA DE MIM

domingo, 21 de fevereiro de 2010

AVISO AOS AMIGOS

Olá, amigos(as). Li todos os comentários como eles merecem:carinhosamente. Amanhã respondo e visito a todos .Meu pé está doendo demais, como se tivesse levado um pisão , uma pancada, mal posso apoiar. E não caí, não tropecei. Apenas apareceu essa dor. E agora as costas também, deve ser reflexo por não estar pisando direito. Deve ser problema de DNA- data de nascimento avançada. Quando a gente tem 18 anos, não aparece nada disso.Já melhorou um pouco, estou usando pomada e faixa, etou vquse podendo pisar. Caso não sare até amanhã vou ao médico, coisa que não gosto. Ah e estou gripado também.Bem, pelo menos assim fico quieto. Tenho surpresa pra vocês amanhã. Sabiam que quado tinha 12 anos eu fiz uma música? Pois é,encontrrei um velho papel nos meus guardados antigos. Se conseguir digitar, o que acho pouco provável, eu conto amanhã. Vou tentar. Um abração a todos.Tenham um lindo e poético domingo. Na fé de Deus

sábado, 20 de fevereiro de 2010

MEUS MEDOS


Vou revelar mais um de meus incontáveis segredos;
Já tive tantos medos.
Medo do escuro, de falar, de pular o muro.
Medo de elevador, de chuva e de trovão.
De pesadelos. Filme de terror, arrancava os cabelos
Medo do passado... um fantasma assustador.
Medo de monstros... principalmente o da solidão.
Medo do homem. Do lobisomem. Da cuca.
E até mesmo da minha cuca
que às vezes destoava da razão.
Tinha medo da ventania, de nadar no rio.
Medo de deitar sem ter porquê acordar.
Sorrir era um desafio,
mas um dia desatei o nó
e meus medos viraram pó, no lodo eu esqueci.
Talvez não tenha superado todos
isso é meta que ainda vou buscar
mas o principal de todos, consegui
perdi o medo de amar.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ASSIM EU NÃO CASO


No nosso caso
que não começou por acaso,
não cabe pouco caso.
Caso você insista nesse pouco caso
Nosso caso vai chegar ao ocaso
sem direito à aurora.
Então lhe digo agora:
Se ficar nesse pouco caso,
vou embora... com você, eu não caso

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

AS MULHERES NO MÊS DE FEVEREIRO


Todo mundo já ouviu dizer uma piadinha velha e machista: “Qual o mês que a mulher fala menos? Aí o bobão respondia: “Fevereiro, porque só tem 28 dias”.
Concordo . Em fevereiro a mulher fala menos:

Fala menos de amor
Fala menos “Eu te amo”
Fala menos em Deus
Fala menos em sonhos
Fala menos de amizade
Fala menos de carinho.
Faz menos orações.
Faz menos amor.
Vai menos ao cinema com a gente.
Dá menos colo.
Tem menos ciúme.
Dá menos conselho
Telefona menos pra gente.
É dois dias menos, da gente.

Realmente, eu detesto o mês de fevereiro por isso. Para eu ter tudo isso, gostaria que todos os meses tivessem 31 dias.

Aposto que a mulherada já estava pensando em cair de pau, pensando que eu ia malhar, né? Eu não, meninas. Sempre detestei essas piadinhas, tanto de um lado como do outro, ou seja, não gosto muito de feministas radicais também, piadinhas essas que nunca levaram a nada. Homem precisa de mulher e mulher precisa de homem, são duas peças que se encaixam (e como se encaixam) e fim de papo. Deixem a mulher falar, gente!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ACABOU O POBREMA


( imagem endurancebrasil.com- google)
Refrescando a memória, tinha uma pendenga entre Marlene e genro, apelidado de Jeca, sobre qual forma correta de falar: problema ou ‘pobrema’. Apostaram uma galinha, eu fiquei até de juiz, mas o tal não concordou até conferir no ‘orélio’. Sábado, estava eu colocando minha ‘grande mochila’ no carro para viajar e ele passou, reto como um poste, sem olhar, quase nunca olha pra gente, dizendo. “A galinha é amanhã, hein?”. Desesperei-me e fui atrás dele.”Pôxa, Jeca. Deixa pra terça, vou viajar agora”. Não foi difícil, concordou logo. “Pra mim é até bom. Tenho uns fretes pra amanhã e estava apertado”. Combinado. Ainda perguntei de longe. “E aí, Jeca? Quem ganhou, você ou ela?”. E ele. “Calma, só na terça”. Acho que ela já sabia que perdera, só queria pagar a galinha. Essas pessoas podem ter todo tipo de ‘pobrema’, mas têm palavra também.
Passei o feriadão todo em Ipatinga, revi uns amigos e parentes. Mas sempre pensando na galinha. Estive na feira e ouvi um gritar. “Olha o quiabo, é pra acabar. Dois reais o quilo”. Já estava no lugar certo e corri lá, exigi que eu pudesse escolher. “Esse quiabo tem que ser especial, pois vai acompanhar uma galinha caipira encomendada faz quinze dias”. Acabei vindo na terça-feira mesmo cedinho, pouco mais de uma hora de viagem. Cheguei, fiz café e sentei na pedra na frente de casa. Gosto de ver as pessoas passarem. Lá vem ele com a carroça lotada. “A galinha é hoje, hein? Às dez pode ir pra lá”. Pedi que levasse logo o quiabo. Ansioso que estava cheguei em ponto. Estavam ele, Marlene, a filha e filho mais novo, dois primos deles e esposas, e mais três senhores, amigos deles. Moram na parte não asfaltada da rua e fizeram tudo no quintal no fogão à lenha. Ele não matou uma galinha, mas duas. Uma panela enorme com a galinhada . Outra com arroz branquinho e soltinho. Outra de angu. Outra de tutuzinho bem molinho. Uns pratos de batata comum cozida. Uns de banana frita. Uma panela de doce. E um monte de temperos. Mandei comprar cinco cervejas, eles também mandaram buscar umas. Tomou umas três pingas também com os demais. Queimei a mão um monte de vezes, pois, além de comer, gosto de ver fazendo comida, ficar provando a comida antes dela pronta. Então toda hora ia às panelas e punha na mão. No meio de toda a prosa, vi o ‘orélio’ na ponta de um dos bancos em que estávamos sentados e perguntei. “Afinal, Jeca. Quem ganhou: problema ou ‘pobrema’?”. Ele respondeu pondo a mão cheia de gordura na minha bermuda limpinha. “Pois ela ganhou. E você’ me salvou”. “Eu? Por quê?”. “Ora. eu ia apostar minha égua em vez da galinha. Quando você falou que o certo era problema, antes de consultar o ‘orélio’, não quis teimar mais. Eu pensei: Ele é um rapaz letrado, se está falando, é porque sabe, aí fiquei só na galinha mesmo. Uma galinha não me faz falta, mas minha égua, preciso dela”. Ri comigo. Duplo exagero. Letrado por causa de uma simples palavra e ela jamais tomaria sua égua. O danado ainda teve ousadia de emendar. “Mas eu vou continuar falando ‘pobrema’, porque é mais fácil de falar. Dá pra entender, não dá?”. Não tem como não rir. “Com esse não tem jeito, pensei”. Como bom juiz falei. “Sendo assim, eu como juiz, para encerrar essa discussão, declaro empate. Uma galinha gostosa dessa, não merece uma briga”. Todos concordaram e ouvi até um “aeeeeeeeê”. Por coincidência, a égua relinchou lá no pasto. Completei. "Estão vendo? Até a égua concordou Enfim acabou o ‘pobrema’. Ou não, né? Já que ele disse que vai continuar falando como bem quiser. E claro, passar na rua, em cima da carroça, cantando “NOITES TRAIÇOEIRAS”... bem assim, mas a seu modo único e particular... “entregue sua vida e seus ‘pobremas’. Só sei que comi galinha demais, estava muito gostosa, até levei um pouco pra casa pra comer à noite. Que carnaval que nada!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

QUEM VAI VENCER?

Não, não estou falando de carnaval. Alías, nem me falem de carnaval, não gosto muito. Apesar de ser uma bela festa, com carros lindos, bons sambas e belas mulheres peladas, mas não gosto. Calma, gente. Não tive nenhuma recaída, ainda gosto de mulheres, mas prefiro descobri-las que já encontra´-las prontas e televisão mostra tanto o ano todo que a gente enjoa de ver. Porém esse não o único motivo de não gostar muuitio de carnaval. Acontece que a gente vê campanha o ano todo para preservar natureza, proteger os animais e as fantasias são feitas de quê? Plumas e penas de pavão,avestruz, peru e outras aves exóticas em extinção. Então não sei compactuar disso. Me lembro de um comercial com Harrison Ford: "eles chamam de souvenir, eu chamo de crime". Não vou fazer falta nos milhões de audiência, mas minha consciência estará tranquila. Ainda mais num país com fome e sem saúde. Incrível como aparece dinheiro. E como diz uma música dos Paralamas, " de um lado esse carnaval, de outro a fome total". Por motivos parecidos não gosto de fogos de fim de ano. É muito contraste pros meus grandes olhos. Tanto brilho de um lado e a favela do outro vivendo seus crimes, problemas e misérias.
Mas a minha pergunta: QUEM VAI VENCER?, se aplica ao caso do 'orélio', lembram? A peleja entre a sogra e o Jeca, o genro, sobre qual o correto de dizer: problema ou 'pobrema'. E eles apostaram uma galinha. Por isso estou voltando hoje pra casa, um dia antes,pois essa não quero perder e a decisão é amanhã.E eu sou besta de perder? Ah e já comprei o quiabo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ô MENINO QUE VIAJA... PARECE UM BEIJA-FLOR

OLÁ, AMIGOS ESTOU EM IPATINGA. QUEM SABE LEVO UNS CASOS PRA VOCÊS? SEMPRE TEM. SAUDADES DE TODOS. UM ABRAÇO GERAL

sábado, 13 de fevereiro de 2010

AONDE VAMOS?


Aonde vamos...
se nem sabemos onde pisamos?
Com esse medo disfarçado de coragem
e essa correria desenfreada
só pra bater de frente com o muro?

Aonde vamos...
se nem sabemos pular o muro
que pode revelar o futuro?
E olha que o futuro não é tão distante,
pode ser o próximo segundo.
Mas,você não vê
acha que precisa seguir o mundo.
Aonde vamos...
tão surdos,tão cegos,tão mudos?
Não fazemos nada e queremos tudo.

Aonde vamos...
Com esse “SER OU NÃO SER,EIS A QUESTÃO”
Se nem sabemos o que é SER?
Saber ser é a minha questão.

Aonde vamos com esses slogans de paz
se por dentro dizemos “tanto faz”?
Com sorrisos amarelos de Pilatos modernos?

Aonde vamos...
se brigamos por tudo ,com tal afã,
e de manhã damos risada
jogando no lixo por quase nada?
Cuidado!O relógio acorda,mas não desperta.
A vida procura e você não oferta.
Não vou pegar esse elevador.
Essa Torre de Babel
não vai alcançar o que eu chamo de céu.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

QUASE


( imagem google )
Eram muito amigos. Moravam em bairros distantes, uns 40 minutos de ônibus. Ele e sua turma iam até aquele bairro nos finais de semana, beber e dançar. Na frente do clube, um bar movimentado, onde a juventude bebia antes de entrar. Os bailes terminavam em torno de 00:30h. O último ônibus saía 00:45h, mas ele quase sempre o perdia, jamais tinha pressa, gostava de voltar andando na madrugada e quase sempre bebia mais, na maioria das vezes com amigas e especialmente, com essa amiga. Numa noite quente, depois que todos se foram, estavam os dois sentados no meio-fio, debaixo de um poste apagado. De cabeça baixa, ela olhou para ele e disse. “Sabia que passo meu maior tempo com vocês, meus amigos, que com meus parentes e até mesmo que com meu ex namorados? Com você mais ainda, você me passa uma coisa boa, não sei explicar.”.Bagunçando o cabelo dela, ele disse. “Porque você é uma amiga adorável”. “Estou falando sério”, continuou ela. “Gosto de meus parentes, mas com você falo tudo. Tem tanto tempo que não tenho namorado que uns dizem que sou sapatão, vê se pode. As pessoas pensam que a gente precisa estar todo dia com alguém. E também, e daí se eu fosse?”. Ele riu. “Se for assim, eu também sou gay. Há tempos não namoro”. Ela retrucou. “Ah, mas você eu sei que não é. Aliás, seria um desperdício. Todos, menos você”. “Você também seria um desperdício se fosse”,devolveu o elogio e emendou. “Você aguenta beber mais?”. Ela pensou. “Só se for campari. Tem um bar na rua de trás que está quase fechando. Vamos rápido”. “Por isso que gosto dessa menina.Topa tudo”. Com sorte, o dono lhes arranjou umas pedras de gelo num saco plástico e voltaram para o meio-fio. A conversa foi ficando aos poucos, mais íntima. “Como foi sua primeira vez?”. “De quem você gostou mais?”. “Por que não tem namorada(o)?”. Sem perceberem, o álcool foi subindo, a libido também, as bocas falando próximas, até que se roçaram... e se beijaram. Várias vezes. Não, só uma, pois desde que se grudaram, não se deixaram mais. Bocas nervosas, gulosas, se comiam. Mãos atrevidas aqui e ali. Ela estava muito sexy naquela sainha jeans, com aquela blusa preta, destacando os seios poucos tocados. Poucos tocados até então, pois naquele momento estavam sendo muito tocados, beijados, lambidos sugados. Deitados naquela calçada, uma lua fraca fazendo meia-luz. De forma mútua, ela também despertava sussurros nele. Quem tirou a calcinha dela? Ele ou ela? Vai saber. Quem abriu o zíper dele? Quem sabe. Estava tudo muito frenético naquela quase nudez. E no exato momento de se consumar o ato, o fato, ela o empurrou. “Para, para. O que estamos fazendo? Que loucura! Somos amigos”, e sentou-se desconsertada. Ele igualmente descabelado, se vestiu também, passando a mão no rosto dela. “Desculpa, desculpa”. Envergonhada, sem olhar de frente ela disse. “Não é culpa sua. É nossa. Mas o que deu em nós? Ai, que vergonha”. Silêncio tomou conta. Ele foi embora sob chuva. A semana foi longa. No domingo seguinte, no encontro das turmas, eles se trocaram um simples “oi”, ao invés do longo abraço e beijinhos. Alguém estranhou. “Vocês brigaram?”. “Sim, brigamos. E que briga”, disse ela. Aquele domingo foi todo diferente. Ela bebeu mais que de costume. Ele também. Mas de lados opostos do clube. Ele nem dançou. Ela olhava de longe o tempo todo, sem graça. Parecia que algum trauma havia se estabelecido. Outros domingos vieram e nunca mais foram os mesmos. Anos depois se reencontraram. Ela casada, dois filhos, ainda bonita Ele? Cabelos curtos, algumas rugas, alguns quilinhos a mais. “Você não mudou muito”, falaram juntos e riram. Depois das perguntas de praxe. “Você casou? Mora onde? Trabalha em quê?”, começaram a recordar os bons tempos. Até que ela chegou no ponto, onde tinham parado. “E aquela vez que nós quase...”. Ele, mais tímido como sempre, só disse um... “pois é”. Ela não deu folga. “Que loucura aquela, hein? Sabe que fiquei anos me perguntando por que a gente não namorou? Depois daquele dia a gente não tinha mais coragem nem de brincar com o outro”. Ele disse. “Pra você ver que a amizade ficou acima do amor e do sexo. Em nome de nossa amizade, a gente preferiu se afastar um pouco”. E ela. “Mas, você acha que não daria certo? A gente se afinava tanto”. “Talvez não.Ah, sei lá. Só íamos saber se tentássemos”, ele disse tentando encerrar. Mas ela não deixava. “Lembra da Renatinha? Ela percebeu e perguntou o que tinha acontecido entre a gente. Contei e ela disse. ‘Agarra, ele. Vocês estão sozinhos e se dão muito bem’. Pois eu disse a ela. Ele é meu grande amigo e eu tenho medo de perder isso. É assim que eu quero tê-lo. Claro que se ele me quiser, eu quero a qualquer hora, só não quero forçar. Namoro é complicado e eu ele somos gatos escaldados”.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SELO BEAUTIFUL BLOGGER AWARD- MINHA PARTICIPAÇÃO


Felina, me colocou numa fogueira. Não que eu não goste dessas brincadeiras. Gosto sim. É que, explícito como sou, acabo falando o que não devia. Mas querem saber? Vocês conhecem o TONEM? TONEM AÍ. Depois, como faz parte das regras, coloco alguns na fogueira também. Regras que são as seguintes: Escrevo 7 coisas ou frases que acho importantes para mim, copiar o award, escolher 7 amigos e pedir que façam o mesmo, postando sobre si e escolhendo outros 7 amigos.
Escolhi esses, eles que se virem. Mas se não quiserem, entendo também.


Everson- olivrodosdiasdois.blogspot.com
Rosemari- rosasasclaras.blogspot.com
Carlos Albuquerque- conversasdaquiedali.blogspot.com
Sandra Botelho- vidaseverdades.blogspot.com
Claudete- claudete-viaspercorridas.blogspot.com
Wanderley( novas estações)- wanderleyelian.blogspot.com




Hoje é minha vez. Lá vem bomba


2) Um susto: Meu carro capotou, levou dois tombos, chiou uns 30 metros e não sofri um arranhão sequer. Meu anjo da guarda estava de plantão
3) Uma coisa que gosto em mim: Minha voz. É rouca e forte, diferente
4) Frustração: Tenho um grande amor em mim. Ainda não consegui dar esse amor a alguém da forma como eu queria. Acho que as mulheres não acreditam muito nisso.
5) Gosto de ganhar beijo no rosto. Faz parte da minha meninice
6) Loucura de amor: Acho que nunca fiz. Já fiz sim, grande esforço pra ver quem amo.
7) Uma das coisas mais lindas que ouvi: Uma senhora de 88 anos, também poeta e educadora, durante uma premiação no teatro, me disse: “Nunca deixe de escrever. A poesia é um dom de Deus. Deixe que lhe batam, lhe xinguem, critiquem, isolem, mas não deixe jamais que lhe tirem a poesia. Ela é a sua essência”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

HOJE EU PRECISO DE UM ANJO


Hoje eu preciso de um anjo
ou de alguém que se porte como um
que me faça viver um sonho incomum.
Que me leve em suas asas por aí
Que não me deixe sozinho aqui
Que faça de mim a sua casa.
Que me diga coisas ao ouvido
que eu nunca tenha ouvido...
ou perdido no relógio do tempo.
Hoje eu preciso de um anjo que me leve
que me faça leve como o vento
Que saiba conhecer meu pensamento.
Que renove minha esperança
Que me leve aonde meu olhar não alcança.
Que me faça um alvo possível, palpável
Hoje eu preciso de um anjo... um anjo amável
mas que saiba distinguir o homem, o poeta e o menino
com todo meu desatino. com toda minha inconstância.
Hoje eu preciso de um anjo
em qualquer dimensão, em qualquer instância
que me chame de amado, de amante e de beija-flor
de namorado, de amigo
e que depois desse voo, ele pouse
repouse comigo no meu leito de amor.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

SEM "POBREMA"


Vocês já viram que gosto de contar histórias antigas, não é mesmo? Dessa vez contar uma recente. Esta aconteceu sábado e foi muito engraçada. Tem uma senhora na minha rua que não sabe ler direito, mas a coitada é esforçada, gosta de saber, perguntar. Acabei dando um dicionário pra ela e com isso, está descobrindo novas palavras. Qualquer coisinha, corre ao dicionário. Nos finais de semana gosto de andar a pé pelo bairro. Pareço um vereador, um chama dali, outro chama de lá. Às vezes ando dia todo de tanto ficar parando, nas padarias, mercearias e bares. Graças a Deus por isso..Tem gente que sabe meu nome e não sei os nomes deles. Quando cheguei do passeio vi um grupinho de seis pessoas na frente da casa dessa senhora numa amigável discussão. Quando me viu, gritou logo. “O Carlos vem ali, pergunta pra ele. Ele sabe”. Com moral pelo aval que ela me deu, cheguei, puxei um toquinho e sentei. “Quê isso, gente? Que briga é essa? Vocês nunca combinaram, agora vão brigar?”. Ela indignada. “É esse burro aqui, Carlos”, apontando para o genro. O genro dela é um carroceiro, bem matuto, mineiro das antigas apesar de não velho, bem interiorano. E duro na queda. Pra começar já anda igual ao Mazzaropi. Alguns até o chamam de Jeca, em referência ao famoso personagem. Ela prosseguiu. “Mais teimoso que a égua dele. Estou falando que o certo de falar é ‘problema’ e ele teima que é ‘pobrema’ e nós apostamos uma galinha caipira”. Falei com a mão levantada e espalmada. “Deixa que vou dar o veredito”. Ela interrompeu. “Dar o quê?”. Respondi. “Veredito... quer dizer, vou dar a decisão, a palavra final. Como um juiz, determinar quem está certo e quem está errado”. Ela desafiou o genro de novo. “Viu? Não falei que ele sabe tudo? Olha a palavra que ele usou. VE RE DI TO. Eu nem conheço essa palavra. VE RE DI TO. Parece nome de gente”. Brinquei. “É... deve ser uma mistura de Viriato com Benedito”. E me virei pro genro. “Pode pagar a galinha pra ela, você perdeu”, e emendei. “Ô Marlene, mostra pra ele no dicionário”. E ela. “Já esfreguei na cara dele, Carlos.”. E foi folheando o dicionário com maior cuidado para não amassar. “P R O. .. pro ble ma. Viu, seu teimoso?”. Por fim ele abriu a boca. “Ah, mas esse dicionário seu nem é o ‘orélio. Eu só confio no ‘orélio’. O meu é ‘orélio´ e é muito melhor que esse aí. “Essa doeu”, pensei. E ela cada vez mais nervosa. “Ai meu Deus, como minha filha foi casar com um homem desse? Joguei pedra na cruz”. Mas isso é só o jeito de dizer, pois se adoram. Vendo que a discussão não ia dar em nada, me levantei. “Dá licença que vou ver meu Cruzeiro jogar. Só sei que quero comer dessa galinha. Eu dou o quiabo”. Antes de sair ainda falei. “Ô Marlene. Não vá colocar o nome do seu neto de ‘veredito’, não hein?”. E fui embora rindo sozinho. No fim do dia, já de noitinha, fiquei sentado na frente de casa e o vi passar, puxando a égua pra levar pro pasto. Brinquei. “E aí, Zé. Já matou a galinha?”. Do jeito que estava andando, sem olhar pro lado, me respondeu de um jeito engraçado. “ Nãããããão. Só depois que eu consultar o ‘orélio’. Sou besta não”. E já mudou logo de assunto. “E nosso Cruzeiro, como ficou?”. Respondi. “Ganhou. 4x2”. E para fechar com chave de ouro um dia muito engraçado. “Ah... então sem ‘pobrema’ nenhum”. E foi embora cantando a música religiosa “Noites traiçoeiras”.... “entregue sua vida e seus ‘pobremas’ ” . Que bom, ainda tem gente assim.

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Aproveito para fazer aqui uma homenagem ao Mazaroppi, nosso Charles Chaplin, o homem que inventou o cinema brasileiro, que desafiou o preconceito da elite contra a brasilidade e o jeito simples do matuto. Mazzaropi não representou um personagem, ele foi o próprio. Em meio à bossa nova, tropicálias e iê iê iê, lá estava ele com seu cigarrinho de palha e sua espingarda torta. Homem simples e bom, sempre preocupado com outros atores que tinham menos condições. Na certeza de grandes bilheterias de seus filmes, chegou a atuar em várias deles de graça para evitar o fechamento por falência da produtora nacional. Uma multinacional de Hollywood acabou comprando os direitos, mas contam que jamais repassou o dinheiro. Mas brasileiro já é acostumado a ser explorado. E vamos comendo ‘maquidonald’.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

UM BOM DOMINGO A TODOS

ÓTIMO DOMINGO A TODOS OS AMIGOS. COM PAZ, FÉ E POESIA. UM ABRAÇÃO

sábado, 6 de fevereiro de 2010

VEM


( imagem public.bay.livefilestore.com )
Muito me incomoda essa noite tão calma
Se dentro de mim grita uma alma
ávida, impávida, cálida.
Tudo bem, nasci mesmo para incoerências
mas não tenho ponto final... só reticências.
Vem...
igualar essa noite ao meu coração
completar minha cama
há um espaço vazio
e meu peito está em cio
e pede mais sim do que não.
Vem ser a outra metade,
metades separadas são metades perdidas
e não causam emoção em nossas vidas,
a não ser a da saudade
que bate covarde num cruel açoite
Ah! Vem melhorar minha noite.
Vem... atende meus ais,
está escuro demais.
Enquanto não chegas
meu corpo faz tantas perguntas:
De que adianta, sol e lua
duas lindas estrelas que fazem o dia com brilho profundo,
mas nunca estão juntas?
Vez em quando se encontram num eclipse.
Sem ti no meu mundo
eu prefiro o apocalipse.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MINHA INICIAÇÃO


( imagem google )
Quando escrevi meu primeiro texto realmente poético, cursava a terceira série e me rendeu também minha primeira nota 10 na escola. Se não me engano, talvez a única, pois eu era um aluno mediano, meio largado. Só estudava mesmo na reta final, aí sim, queimava as pestanas para passar de ano. Foi no dia que a professora Dona Jandira, colocou nas carteiras, uma estorinha iniciada por ela e o dever de casa era, cada qual, terminar com sua própria imaginação. A estorinha dizia de um veadinho, perdido na floresta, sem sua mamãe. Terminada a aula, cheguei em casa e vi minha mãe, no tanque, concentrada nas roupas e nos problemas. Ela não notou minha presença. Fiquei ali vários minutos olhando-a e naqueles momentos, lembrei-me do veadinho e fiquei pensando. Nunca me imaginei sem minha mãe.Como eu me sentiria de repente sem ela? Ela... que cuidava de minhas doenças. Que colocava comida no meu prato. Que penteava meus cabelos para eu ir para a escola.Que me ensinou Pai Nosso e Ave Maria. Quem iria fazer aquilo tudo para mim? Logo me imaginei chorando perdido, igual ao veadinho da estória, porque o mundo, afinal era uma selva perigosa. De repente ela se virou e disse: “Você está aí, meu filho? E por que está me olhando assim?”. Então me aproximei e abracei sua perna dizendo: “Porque eu gosto muito da senhora!”. No que ela agachou, me abraçou com o avental molhado e deu umas alisadinhas no meu rosto, respondendo: “Ah... meu filho! Só você mesmo para animar meu dia. Pra que vou ficar triste se tenho um filho tão bonito e tão doce? Vem, vou colocar comida pra você”. E foi puxando minha mãozinha esquerda, que mais tarde escreveria meu primeiro texto poético. Claro que não me lembro dele todo, mas me lembro de como o terminei. A mamãe do veadinho, quase tão frágil quanto ele, mas abnegada, voltou, enfrentou perigos, fugiu das feras, passou fome e sede, mas encontrou o filhinho e assim, “viveram felizes para sempre”(eu adorava essa frase dos contos de fada, e menino que era, ‘plagiei’ rs rs). Ainda pus uma nota no final que dizia que nenhum filho merece ficar sem a mãe e que nenhuma mãe merece ficar sem o filho. E que o amor de mãe é o que mais se aproxima do amor de Deus. A professora não corrigiu os trabalhos no mesmo dia que entregamos. Passaram-se alguns dias, até que ela me chamou: “Carlinhos, venha aqui na frente, por favor”. Ai, ai, ai.
Professora chamando na frente não deve ser coisa boa. Menino sempre está com impressão de que aprontou alguma, mesmo não tendo aprontado. Só não fui com muito medo porque Dona Jandira era uma professora muito carinhosa. Poderia no máximo repreender, sem muita briga. Ela disse: “Adorei sua estorinha. Parabéns, ganhou 10! Muito linda! Onde você buscou inspiração, menino?”. E eu respondi: “Na minha mãe. Porque nunca havia me imaginado sem ela. Acho que eu ficaria igual ao veadinho da estorinha”. “Que gracinha”, disse ela.
Pois bem, fez mais alguns elogios, leu para a classe toda e disse que levaria para outras professoras lerem nas outras salas. Eu não tinha a dimensão exata do que aquilo representava, só queria curtir meu "10" e contar pra minha mãe, afinal ela foi minha primeira musa. Acabei ganhando uma caneta toda brilhante como prêmio por ter sido a melhor da escola. Foi um grande incentivo para mim, não só para ser poeta, mas para vida em si, pois meu pai havia morrido há poucos meses, eu estava meio sem referência, mais perdido que cachorro que cai de caminhão de mudança. Lembrei algumas coisas que ele falava, às vezes não diretamente a mim, mas eu ficava ouvindo-o dizer coisas como: “Dicionário não é o pai dos burros. É o pai dos inteligentes. Burro é quem não pesquisa”. “Fazer as coisas sem fé é o mesmo que dar murro em ponta de faca”. “Um homem tem que saber o que diz. A maior qualidade do homem é a palavra”. Dizia. E o fato de ele estar sempre rodeado de gente também me influenciou muito. Ele não tinha dinheiro, mas vivia alegre. Por isso digo que ganhar aquela caneta foi muito bom. Foi minha primeira alegria depois da morte dele e comecei a ver que a felicidade não dependia exclusivamente de dinheiro. Porque naquele momento eu estava muito feliz e não era por dinheiro. Era porque escrevi um texto que foi elogiado por todos, até pela diretora que tinha uma cara feia. Me senti importante, um idolozinho. E fui muito sincero no que escrevi. Falei às pessoas, sem ter vergonha, dos meus medos, do meu maior medo que era ficar sozinho na grande selva. Eu... que já estava sem pai. Foi a partir daí que senti que a poesia podia ser minha parceira. Foi a partir daí que aprendi que poesia tinha que ser com o coração, pois o texto saiu do meu coração. Não existe nenhuma forma de poesia que não seja do coração. A poesia é uma coisa muito real, o que acontece dentro da gente é muito real. Foi a partir daí que comecei a ser explícito. Não concordo que “o poeta é um fingidor”, me perdoe o grande mestre. Ninguém é mais explícito que o poeta.
E assim tudo começou. A poesia é minha espada do bem. Não faço poesia para mim. Faço para as pessoas. Gosto de dar poesia a elas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PALAVRA MÁGICA


( imagem projectx.files.wordpress.com )
Encontrei uma ilha escondida
a centenas de milhas daqui.
Não acreditei quando vi.
Meu coração navegava
num mar difícil, mas com esperança
de que depois da tempestade viesse a bonança.
A primeira impressão já foi bela.
Meus olhos pareciam uma aquarela.
Mas eu tinha que conhecer, desbravar.
Então entrei, entrei bem devagar.
Não por medo,
é porque segredo a gente precisa saber desvendar.
E desvendei.
Descobri muito mais...
que aquela ilha charmosa
também estava ansiosa por ser descoberta,
mas era preciso dizer a palavra certa.
E eu, pirata sonhador
que não resisto a uma flor,
pronunciei a palavra mágica: amor.
E a ilha se abriu. Sorriu.
Fui descobrindo maravilhas e maravilhas
na ilha que encontrei a centenas de milhas.
Eu, este pirata cansado de tantas viagens,
desfiz as bagagens,
abri minha esteira,
lancei âncora.
Finquei minha bandeira!

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Ando praticando o amor da forma mais simples que se pode ser

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

QUASE MENINA


( imagem google )
Sabe em você o quê me fascina?
É que você é uma quase menina.
Na forma como me chama.
No jeito de sorrir
e quando me ama.
Na hora do amor
parece um botão em flor
que trato com carinho
regando com beijinhos
e assim ganho seu perfume.
Mas se brigo, corro perigo
só escuto queixumes.
Mas se é você quem briga
corro um perigo ainda maior,
pois com medo de ficar só
tudo em mim se desatina.
Vejam só, minha doce sina...
fui gostar de uma quase menina.
Vou seguindo seu carisma
vivendo sob seu prisma que me domina.
quem diria,experiente que sou
cedendo a uma quase menina

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A LENDA DA POESIA ETERNA ( será mais um sonho do Carlos? )


( imagem google )
Aquele era um cavaleiro comum. Não tinha aparência de príncipe, nem pompas, nem grandes vestimentas, nem armas. Mas trazia em si algo diferente. Seu cavalo, além de montaria, era o único amigo. Sim, ele falava com os animais, com as flores, com os rios, com o vento. Também não era poderoso, apenas tinha certo dom de ver o que outros não viam. Como homem comum estava cansado. Surgiu num topo de montanha, o sol nascendo vermelho atrás de si. Percebeu algo estranho. Atrás de si, a paisagem era normal com montanhas, rios, borboletas, enfim a natureza como deve ser. Dali de onde estava para frente não havia vida. As borboletas não tinham cor. As flores também não. Passarinhos pálidos, pareciam só contornos e também não cantavam. Rios sem vida, peixes tristes. Até as cabras e ovelhas pastavam mato incolor. Frutas sem sabor. No alto de uma pedreira, sinais do que um dia fora uma fonte. Olhou para cima, o céu não estava azul. Nem cinza. Nem branco. Cor nenhuma. Era um reino desprovido de qualquer alegria. “Parece que a vida não passou por aqui”, disse ao cavalo. Teve até um certo receio de prosseguir naquele reino, mas seguiu. Desceu do cavalo e puxando as rédeas, passou por um portal que era a entrada do estranho reino. Bem ao longe avistou um senhor muito velho, barbas longas, sentado num tronco de árvore. Desceu do cavalo, cumprimentou, o velho respondeu com dificuldades tirando o chapéu. Sentou ao lado dele e não podia deixar de perguntar. “Como se chama este lugar? Porque as coisas e os bichos não tem cor? Onde estão as pessoas? Esse reino tem um governante?”. “Calma, moço. Uma pergunta de cada vez”, respondeu o velho. “Na verdade todas as respostas se fundem em uma: aqui já foi um reino feliz, de prosperidade, de gente animada e festeira. Hoje se chama “Reino da Desilusão”, mas já se chamou “Reino da Poesia”. Todos nessa terra faziam poesia, a poesia fazia-se por si própria, estava no ar. Era o reino mais lindo de toda a redondeza, mas um dia, um rei perverso decretou o fim da poesia no reino e ameaçou de morte todos os poetas, fazedores de versos, de trovas e até cantadores. Alguns resistiram e foram levados às masmorras”. Apontou com o dedo. “Está vendo aquela fonte? Não era uma fonte de água comum. Ela era fonte de toda a poesia desse lugar. Existe nas paredes dela uma inscrição secular que dizia, que aquele que alterasse sua essência matando a poesia do lugar, seria amaldiçoado pelo resto da vida. O rei, arrogante, não deu ouvidos e mandou matar a própria fonte”. O forasteiro impressionado, insistiu. ”Mas essa terra tem governante? E os habitantes?”. O velho respondeu. “Tem um jovem rapaz governando, tataraneto do antigo rei. Cheio de boas intenções, mas seu povo que hoje só vive do trabalho no campo, não tem mais ânimo. Um rei não governa sozinho”. “E onde fica esse governante?”. O Ancião apontou o lado oposto. “Pra lá daquela pequena floresta, no alto do monte”. Montando de novo, teve curiosidade de perguntar ao velho sua idade: “Tenho 260 anos”. O forasteiro não deu importância a isso, “deve estar caduco, coitado”. E seguiu. No trajeto viu pessoas tristes pelos campos. Chegou ao rei, pediu licença e o percebeu igualmente triste e desanimado. O jovem rei, se lamentando, confirmou toda a história do velho. O cavaleiro disse. “Mas o senhor não vê que a solução é tão simples? Se toda essa tristeza e miséria vieram por causa do fim da poesia, baixe um novo decreto, liberando não só a poesia mas também toda forma de arte e liberdade de expressão . O rei agradeceu. “Já pensei nisso, mas vejo um povo desanimado”. “Desanimado porque não veem incentivo de quem os comanda. Imaginou se o próprio rei, além de baixar o decreto, sair falando poesias por aí? Chame seus homens, leve folhetos de poesia, recite em praça pública, nos campos e o povo se alegrará vendo seu comandante praticando arte e assim o fará também”. O rei se animou. “Você acha?”. “Claro. O senhor verá como será fácil governar um povo culto e feliz”, e deu ao rei várias folhas de papel contendo poemas e canções. Imediatamente, o rei chamou seus comandados de confiança e mandou espalhar a notícia por todo o reino, pelas praças, campos, currais e ele próprio passava nas casas, nas ruas, declamando. Num repente olharam em volta e a paisagem foi mudando, ganhando cores e vida. A poesia estava de volta, a alegria também. Poetas, cantadores, tocadores, desenhistas, pintores, davam cambalhotas. Tudo renasceu: bichos, plantas... e gente. O forasteiro olhou de lado ao longe e viu a velha fonte jorrando sem parar. Vendo sua missão cumprida, e depois de receber os agradecimentos do rei, já montado, o cavaleiro perguntou por curiosidade. “Aquele velho me falou de uma maldição da fonte. Qual era mesmo?”. O rei respondeu. “ ‘Aquele que violar a poesia neste reino, tirando toda a essência da vida, estará amaldiçoado a viver para sempre para ver o grande mal que fez’. Aquele velho é meu tataravô, ele era o rei que matou a poesia e realmente tem 260 anos. Acho que agora ele pode descansar em paz”. Fazendo o caminho de volta, avistou o velho deitado com a cabeça encostada no tronco, mas sorrindo. "Obrigado, nobre desconhecido, por me livrar de terrível maldição. Agora posso morrer feliz... pena que não posso desfrutar do reino que um dia eu perdi. Faço-lhe um último pedido: prometa que continuará espalhando poesia por todos os cantos para que toda a terra jamais fique sem poesia". O rapaz prometeu e o velho fechou os olhos. Dizem que até hoje o rapaz anda por aí, convencendo a todos que a poesia é essencial... e por isso, ela jamais morreu.