ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

COISAS DE POETA- PARTE I


( imagem google )
Fiquei chateado porque quase ninguém leu meu texto sobre alcoolismo. Os que vieram abrilhantaram muito.
Vou mudar o rumo hoje. É assim que é bom, a inconstância nos alimenta mais. Somos movidos mais pelas incertezas que pelo óbvio.
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Dia desses parei mais cedo no trabalho e pensei em fazer uma comida. Sou meio fraquinho na cozinha, me viro no básico. Tanto que preciso de tempo para que fique boa a comida, e tempo eu tinha. Apesar do tempo disponível, não quis comprar os complementos como verduras, por exemplo. Teria que andar meio longe e eu já tinha chegado da caminhada. Preparei tudo ordenadamente. De um lado, panelas, pratos, talheres. Do outro, os temperos, óleo, alho, sal, etc. Tudo separado numa sequencia lóica, é um cuidado que tenho para não esquecer nada, sabendo de minhas limitações como cozinheiro. Afinal, um poeta precisa se virar sozinho. Estou dizendo de minhas limitações como cozinheiro, mas também afirmo que acerto umas comidas saborosas. E nesse dia não tinha motivos para dar errado, eu estava tão feliz. Nem sei o porquê, mas estava feliz. E começou a arte. Sim, cozinhar é uma arte. Enquanto afogava o arroz, peguei um gostoso feijão com linguiça na geladeira, esse era só esquentar. Não resisti e peguei uma linguicinha na panela, mesmo gelada, eu estava com fome. Só pensando no arroz que estava quase pronto. De vez em quando levantava a tampa da panela para contemplar o arroz que estava ficando bonito. Parecia que era meu dia de comer arroz. Se eu não comesse daquele arroz eu ia morrer. Certo momento, depois de desligar o feijão, verifiquei que a panela secou. O tão esperado arroz estava pronto. “Hummmm... deve estar uma delícia”, pensei. “Agora vou me fartar dessa gostosura”. Olhei de lado e não vi ninguém do lado para eu tirar onda. “Pôxa, quando eu faço um arroz tão bonito não tem ninguém para eu tirar onda”. E o arroz estava mesmo bonito, todo branquinho, tão soltinho que parecia que eu havia cozido grão por grão. Eu mesmo me surpreendi com tal delicadeza. Sim, o arroz não estava só bonito, estava também delicado. Bem, lamentei não só não ter ninguém para eu tirar onda, mas também para dividir comigo um momento de jantar. Paciência, um poeta tem mesmo que se virar sozinho, em todos os sentidos. O que importa é que ia degustar um arroz que nunca havia feito antes. Pensei. “Antes de por feijão vou comer umas três colheres só de arroz”. E coloquei uma por uma. “Hummm... é agora”. E pus na boca. E aí a decepção. Esqueci de colocar sal. Foi o arroz mais insosso que pus na minha boca. Felizmente, olhei de lado de novo e não tinha ninguém para me gozar. Poeta é atrapalhado, dizem, imaginem um poeta morando sozinho... e achando que sabe cozinhar. Ai, ai.
Melhor eu continuar escrevendo. Cometo menos falhas.

domingo, 28 de novembro de 2010

ESSES BÊBADOS ( PARTE II )


( imagem google )
Como já disse, Duquinha era o bêbado tipo intelectual. Nas poucas horas sóbrias, nos dava verdadeiras aulas de história geral, civilizações antigas, gostava de filosofia, tinha ideias futuristas e gostava de frases de efeito. Tinha bom português também, mas gabava-se mesmo era de ser bom em matemática. Falava de Pitágoras como se fosse um amigo dele. Jurava ter sido professor e eu acreditava, pois sei quando alguém está enchendo linguiça e ele pegava nossos cadernos e resolvia as questões. Tinha frases amarguradas também. “As únicas coisas exatas nessa vida são a matemática e a morte. Só que a matemática não me pega. A morte quando chegar, que me pegue dormindo, pois não quero ver a cara dela”. Talvez já estivesse vendo e não sabia.
No final do bairro, havia um abismo, depois desse abismo a uns cinco kilômetros, tinha o rio e depois a floresta. Era de lá que a lua saía e sempre proporcionava um bonito visual, principalmente se era lua cheia. Numa noite, vindo da aula umas onze e meia, a lua estava tão clara, chuveirando raios sobre a floresta que dava para ver mesmo de longe, algumas silhuetas de árvores. Avistei Duquinha, em pé, de braços abertos na beira do abismo. No princípio pensei no pior: suicídio. “Não. Ele é inteligente demais para fazer isso”. Parei, dei um tempo. “Nunca se sabe, vou lá”. Cheguei de mansinho, dei boa noite, ele respondeu. Não estava tão bêbado. Sentei-me na intenção de induzi-lo a sentar-se também e sentou-se mesmo, o que me deixou aliviado. Não era um abismo tão alto, mas cheio de rochas lá embaixo, além de ser bem íngreme. Perguntei. “Pensando na vida, Duquinha? Está fazendo o quê aqui, amigo?”. Olhando reto para a mata, respondeu. “Estou vendo uns satélites, umas espaçonaves, asteróides, cometas”. Prossegui. “E já viu algum?”. Olhou para mim rápido. Ah, é você, ‘Carlim?. Vi vários. Nada é mais poderoso que a imaginação. Podem lhe tirar de tudo na vida, menos a sua imaginação”. Falou de um jeito como se tivesse perdido muitas coisas na vida. Percebi que estava tranquilo, apesar de amargurado, e para mim já era tarde. “Preciso ir. Ainda vou jantar e acordo às cinco para trabalhar”. Sempre olhando para a mata, disse. “É isso mesmo, meu rapaz. Trabalhe muito, pois o trabalho é sua honra. Sem seu trabalho você não faz história”. Já de pé, tentei levá-lo junto. Fica aí não, está frio. Vai pegar uma pneumonia”. Ele disse. Você não está preocupado com pneumonia, eu sei. Obrigado por isso, mas não se preocupe, estou bem. E cantarolou uma música do Fagner. “Sem o seu trabalho, o homem não tem honra, e sem a sua honra, se morre, se mata. Não dá pra ser feliz, não dá pra feliz”. O “não dá pra ser feliz”, repetiu umas vinte vezes, até eu me afastar e não ouvir mais. No caminho, pensei. “Um dia vou escrever sobre isso”. Hoje escrevi. Duquinha, que era o mais novo dos velhos, foi o último a morrer da turma, e talvez por isso, mais solitário e mais bêbado. Se ainda morasse lá teria ido ao seu velório, não para comer salgadinhos com café ou ouvir piadas, mas para talvez falar com alguém que o tivesse conhecido no passado que pudesse me explicar por que um matemático acaba daquele jeito. Desde então, nunca mais contei piadas de bêbados. Alcoolismo é coisa séria. São cenas tristes travestidas de engraçadas.

sábado, 27 de novembro de 2010

ESSES BÊBADOS (PARTE I )


(imagem google- Muito boa essa imagem do bêbado falando com Drummond. E o Drummond parece que está prestando uma atenção danada)
Dividi esse texto em duas partes por dois motivos. Um, para não ficar grande demais. Outro, porque são partes distintas de um mesmo tema. Na primeira tem um pouco de humor, já na segunda, não. Já questionei com amigos de onde vêm as piadas já que nunca têm autoria declarada. Eu mesmo respondo. As coisas engraçadas vão acontecendo, correndo de boca em boca, cada um aumenta um pouco e assim se formam as piadas. Vou contar algumas piadas reais de bêbados acontecidas no meu antigo bairro, onde cresci. Adianto que nunca mais contei piadas de bêbados, mas isso vocês só vão saber lendo a segunda parte.
Caratinga (apelido referente à sua cidade de origem) era meio chato, falador e ainda por cima falava muito rápido e ninguém entendia nada. Nequinha, era o bebedor calado, sentava-se à mesa com seus companheiros por horas, sem dar uma palavra. Seu Jaime era o gozador. Desse eu gostava mais, pois era pai de um amigo meu, além de ser divertido. Certa vez, lá vinha ele da esquina com garrafa de cachaça na mão, sugando através de dois canudinhos ligados um no outro. Tomei um susto. Que é isso, seu Jaime? Pinga já faz mal e ainda por cima no canudinho? Com cara mais safada, respondeu. “Ordens médicas. O doutor mandou eu me afastar um pouco da bebida”. E nos velórios? Ele era o rei do velório. Eu também gostava de ir, só não gostava de ver defuntos, me sentia mal. Gostava comer salgadinhos com café e ouvir piadas a noite toda. No velório do seu Geraldo, seu Jaime tentava a todo custo acertar a cabeça dele que teimava em pender prum lado. E ele dizendo. “Ô véio safado. Para quieto com essa cabeça. Já me encheu o saco a vida toda, vai me encher agora também?”. E nada da cabeça parar. “Já sei por que está olhando de lado. Procurando mulher, né? Bem que você falava que ia por chifre na mulher até depois de morto”. Até a viúva que chorava, riu na hora. E o Balança? Tinha esse nome porque balançava, balançava e nunca caía, nem mesmo de bicicleta. Catava os quatro cantos da rua e a gurizada torcendo. “Vai cair, vai cair”. Ele descia gritando. “Vai cair é o chifre do seu pai de tão grande que é”. Uma vez entrou no Bar do Salomão, pediu água e um sonrisal. Em vez de jogar no copo, jogou na boca e o comprimido enorme entalou em sua garganta, começou a queimar, ferver, tirando-lhe o ar. Ele rodopiou pelo bar todo pedindo socorro fazendo gestos com a mão mostrando a garganta. Até que veio alguém, deu-lhe um soco nas costas e um copo d’água. Sentado, ainda se refazendo, soltou essa. “Depois dizem que bebida faz mal. Bebo há mais de trinta anos e nunca me aconteceu isso. Hoje fui tomar remédio e engasguei. Põe uma pinga pra mim aí, Salomão”. A rapaziada ficava apostando qual deles morreria primeiro. Nequinha foi o primeiro. Nunca me esqueço da cena. Caratinga e Duquinha, abraçados frente ao caixão, mais para se escorarem do que propriamente por solidariedade, diziam. “É. Cachaça levou nosso amigo Nequinha”. O outro. “Pois é, cumpádi. Acho bom a gente parar de beber”. Ficaram ali uns minutos e um deles disse. “Vamos ali tomar uma no Salomão?”. Eu interrompi. “Mas vocês não falaram agora que vão parar de beber?”. Duquinha respondeu. “Vamos sim, mas não hoje. Hoje vamos celebrar nosso amigo, se a gente não tomar uma por ele, ele vai ficar chateado”.

Termina aqui essa parte. Na segunda, vou falar de Duquinha, um bêbado intelectual, e aí vocês vão entender porque nunca mais contei piadas de bêbados.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CABELOS BRANCOS




Meus cabelos estão ficando prata.
Daqui estarão brancos como a cascata
onde eu costumava brincar;
brilhantes como as estrelas
que eu gostava de contar.
Cabelos brancos.
Quantos trancos! Quantos barrancos!
Não faz mal que mude meu visual.
Cabelos brancos são histórias, nem sempre glórias,
mas são experiências e memórias...
de um tempo juvenil
de tudo que meu coração fez e viu.
De quando eu via o mundo como um parque de diversões
Do meu jeito moleque
quando a vida era um enorme leque na palma da minha mão
e nela eu abria um sem fim de doces ilusões.
Tenho andado assim... com saudades de mim.
Que fiquem brancos meus cabelos
já tive piores pesadelos
eu vejo em cada fio um pouco de minha poesia nata,
esse sim meu verdadeiro tesouro,
não me importo que eles virem prata
desde que meu coração seja ouro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

QUANDO O POETA SE CALA


( imagem google )
Quando o poeta se cala
por dentro gritam queixumes.
É como a flor que não mais exala
o melhor dos perfumes.
Quando o poeta se cala não há vida,
felicidade faz despedida.
Não há sol nem lua que embeleze o dia.
Quando o poeta se cala, cala até a poesia
Cabisbaixos ficam os rouxinóis, os girassóis,
murcham orquídeas e jasmins.
Choram até os anjos e querubins.
Mas é culpa do próprio poeta que imagina tudo em flor
e ele se cala vendo que o deserto de hoje já foi um jardim de amor.
A boca que lhe dava mel
foi voar em outro céu
deixando das flores,só o espinho e a dor.
Quando o poeta se cala tudo chora nessa hora;
Choram o homem, o menino...
e o beija-flor.

domingo, 21 de novembro de 2010

NUNCA MAIS VOU FALAR DE AMOR


Revirando gavetas encontrei esse texto antigo.
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Nunca mais vou falar de amor. O amor tão falado, cantado, proseado, versejado por cantores poetas e escritores. Por quê? Porque ele não existe. Ah, como eu gostaria do amor platônico das poesias, das novelas e filmes. Ah,como eu gostava de contos de fada. Mas ele, o amor tão lindo e eterno, acho que nunca existiu. Poetas não merecem o amor, por isso vivem sozinhos. Digo sempre que as melhores coisas nem sempre são palpáveis e também por isso vivo num mundo abstrato. Ou melhor, vivia. Porque agora não vou mais falar de amor. Vou falar de filosofia, política, natureza, Deus, qualquer assunto que não seja amor. A não ser o amor irmão para irmão, amigo para amigo, mãe para filho, Deus para a humanidade, mas o amor homem/mulher, não. Estou de saco cheio de ler sobre o amor. Vou jogar fora minhas antigas estorinhas de contos de fada.
Vou ser SÓ UM POETA SÓ.
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Puxa,como eu estava mal, hein?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É PRECISO SABER TOCAR UM CORPO DE MULHER


( imagem google )
É preciso saber tocar um corpo de mulher...
não é um instrumento qualquer.
É preciso ter carícia, malícia
para ouvir a delícia dos melhores sons.
Hummmm... sussurros bons.
Há que se saber afagar, dedilhar
como a mais fina lira
um toque bem dado e ela se inspira
e acende a pira no seu corpo de mulher.
Não, não é um instrumento qualquer.
Quando o ritmo se faz
não para mais
e a dança de quadris é o melhor sinal
de que o toque foi feliz.
É preciso saber tocar
de todos os jeitos
boca, mãos, dedos.
As vibrações saltam pelos poros,explodem no peito.
A melodia do amor não tem segredo
uma mulher bem tocada é pura emoção.
Toque nela toda,
mas comece pelo coração.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MEU CRUZEIRO FOI ROUBADO!!!


Imagem google )
Não sou bitolado com muita coisa ou com quase nada na verdade. Talvez eu seja com a poesia, mas aí não chamo de bitolação, chamo de amor. Com futebol sou menos ainda, embora não possa dizer que não torço, que não acompanho, nisso estaria mentindo. Mas sou do tipo do torcedor que desligo a tv e vou dormir normalmente, nem nunca fui a aeroporto para ver jogador. Não ligo de perder quando o jogo é honesto. A torcida corinthiana não tem culpa de nada, não tem nada a ver com isso, apesar de que tenho restrições ao famoso "quero que meu time ganhe aos 45' do segundo tempo com gol roubado". Eu não. Quero que meu time ganhe com gols limpos, corretos, de maneira honrada. O que se viu domingo foi um assalto. Tivemos quatro impedimentos inexistentes, marcados contra o ataque do Cruzeiro. Tivemos três pênaltis em favor do Cruzeiro não marcados, fora inversão de lances e faltas não marcadas prol Cruzeiro. Aí aos 43' do segundo tempo, veio o que o juiz esperava. Ronaldo, de quem sou admirador, só esperou o defensor do Cruzeiro tocar-lhe numa disputa pelo alto, normal de um esporte onde o contato físico é inevitável, se estatela no chão, gordo que é e por isso com facilidade de cair... e o juiz marca pênalti. Vão perguntar. "Todos dizem que juiz é comprado, mas por que ninguém nunca prova?". Respondo com outra pergunta. Será que há interesse de se provar? E emendo. Corrupção não significa apenas dar dinheiro, não quer dizer necessariamente que houve pagamento em dinheiro, mas pode muito bem resultar numa indioação a uma copa do mundo, num emprego de comentarista nas grandes tvs. E ainda. Há uma presão natural, psicológica do juiz em marcar algo contra o Corinthians, num estádio daquele lotado, ele sabe que sua carreira acaba, por isso, é melhor estar bem com a mídia dos grandes centros esportivos. Mais uma emendinha: No Brasil, um dos campeões de corrupção, será que o futebol ficaria isento?
Só sei que meu Cruzeiro foi roubado!!!

Ah, aos que perguntaram, achei carne de bode uma delícia

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MENINO CRESCIDO... OU ADULTO TEIMOSO?


( imagem anittabaroc.sapo.pt- google)
Essa é das músicas que mais ouvi na infância/adolescência e me identificava com ela. Você vão ler e entender porque eu disse isso. Meu irmão, desempregado na época, tocava ( e toca) violão muito bem) e essa era uma das preferidas dele. Ele gostava muito do Erasmo Carlos, até parecia um pouco com ele, que além da parceria com Roberto Carlos, sempre lançou uns discos solos bem interessantes. Quando meu irmão não tocava, eu mesmo cobrava. “Toca aquela do Erasmo” . Por quê? Porque eu era um pré adolescente e já tinha um sem fim de responsabilidades em casa, já me sentia um adulto quando precisava, embora jamais tenha deixado de ser feliz como criança. Nunca deixei de brincar só porque tinha obrigações. Sinceramente, eu era muito inteligente, pois conduzia as duas situações com muita tranquilidade. Era um Carlos conduzindo o outro Carlos. Vocês vão ler a letra e vão entender porque eu ficava pensando ouvindo a música: “Hoje sou criança e pareço um adulto. Será que quando eu crescer, vou parecer criança?”.

SOU UM CRIANÇA,NÃO ENTENDO NADA ( ERASMO CARLOS )

Antigamente quando eu me excedia Ou fazia alguma
coisa errada
Naturalmente minha mãe dizia: "Ele é uma criança, não
entende nada".
Por dentro eu ria satisfeito e mudo — Eu era um
homem e entendia tudo
Hoje só, com meus problemas Rezo muito, mas eu não me
iludo
Sempre me dizem quando fico sério: "Ele é um homem e
entende tudo"
Por dentro com a alma atarantada — Sou uma criança,
não entendo nada.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

MEU CANTO


Se meu canto não causa mais encanto
Vou ficar no meu canto
Vivendo do meu próprio canto.
Ainda que ele não seja santo
é tudo que tenho para conter meu pranto.
Mesmo que seja narcisista, intimista
ele é meu acalanto.
Quem sabe um dia ele ecoa por todos os cantos?
E quem não ouvia se arrependa tanto
de não ter percebido meu encanto.
Ah, como é triste esse canto que eu canto
reservado nesse canto
que me faz chorar tanto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O QUE FAZER?...


( imagem google )
Quando todos os sonhos foram negados.
Quando o amor parece impossível.
Quando lhe disseram as piores palavras.
Quando você já foi condenado.
Quando os amigos somem.
Quando lhe falta o chão.
Quando sente a corda apertando o pescoço.
Quando a poesia não presta.
Quando o horizonte fica negro.
Quando falta um abraço.
Quando falta uma palavra.
Quando a lágrima não cessa.
Quando a rua está escura.
Quando a fonte seca.
Quando o deserto se agiganta.
Quando todos estão surdos.
Quando todos estão mudos.
Quando todos estão cegos.
Quando tudo parece perdido.
O que fazer?...
Fazer como uma velha águia, que com dificuldades voa até o topo da mais alta montanha, num sofrido autoflagelo, numa demorada automutilação, começa a tirar as penas e garras velhas e podres, para que novas penas e garras nasçam para assim realizar outros voos. E ela se renova. Quando tudo dá errado? Simples. Fazer tudo de novo! Uns dizem que esse procedimento de renovação da águia é real, outros dizem que é lenda. Já nem sei se essa vida é real. Às vezes penso que é tudo uma grande lenda. Por isso eu não fico procurando muito o chão para pisar, pois não confio muito nele. Se tenho asas, se sou uma velha águia não me importo de fazer o voo do autoflagelo. Se eu um dia não conseguir voltar, se não tiver forças para me renovar, vou morar no topo da montanha, com minhas feridas e penas caídas. Solidão não é tão ruim assim.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

QUEM VAI PARAR A CHUVA EM MIM?


Não sei por que fico assim
nesses dias fico a esmo.
Parece que chove dentro de mim.
Escuto “November rain”,
“Hwo’s stop the rain”
e traduzo para mim mesmo
“quem vai parar a chuva”… nesse novembro?
Queria escutar com alguém.
Sol? Já nem me lembro.
Não que eu não goste quando chove,
mas parece que o céu está chorando
meu peito se comove, eu acabo imitando
e fico triste também, soturno, noturno, vazio.
Hoje o dia está tão frio.
É solidão demais.
Tão escuro nunca vi.
Tenho medo de ficar aqui.
Chuva e lágrimas são iguais
embaçam a vidraça, o olhar
deixa o dia sem graça.
A chuva é fria, as lágrimas são cálidas.
A esperanças são muitas, as certezas são pálidas.
Em dias de chuva fico assim.
E torno a cantar...
Quem vai parar a chuva dentro de mim?

Nta: Achei legal citar músicas de duas bandas de rock de épocas diferentes: Guns n' roses e Creedence, para falar dos dias chuvosos aqui. Claro e porque gosto delas.