ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MEMÊ LITERÁRIO


Alguns amigos(as) já haviam me indicado para participar desse memê literário, aos quais peço desculpas, estou uma correria só. Respondo agora ao amigo Joe em conjunto com todos que me deram a honra de me convidarem. Vamos lá.
1) Sim. E já o fiz. "Alice no país das maravilhas". Até hoje foi o único que li mais de uma vez. Li cinco vezes e cada vez que lia encontrava algo mágico diferente. O autor foi de uma imaginação incrível, mais que isso, ele nos faz usar a nossa. Gosto muito de fantasia, de abstrato, o concreto já sei como é.
2) Vou copiar um pouco meu amigo Joe. A gente escreve o livro da vida todos os dias. Cada manhã nos traz uma página em branco e cabe a gente compor da melhor forma. Eu faço uma releitura de mim todos os dias para ver se consigo melhorar na página seguinte.Quero virar as costas e as pessoas dizerem: "Ali vai um cara bacana". Não quero muito além disso. Enfim, o livro que leria até o fim da vida, seria exatamente o livro de minha vida, com personagens reais e sem ensaios.
3) Tem muitos... bem... eu indico rs rs... O VOO DO BEIJA-FLOR. Um livro que ainda não foi lançado por causa de alguns percalços, mas será em breve, se Deus quiser, e Ele está proporcionando condições para isso. Não é um livro que pretende ser um best seller, é apenas um jeito de dizer: 'Eu estou aqui. Essa é a minha impressão digital... e verbal'. Eu não vim ao mundo para assistir, vim para participar.
4) Não vou indicar as 10 pessoas, deixo os amigos à vontade para tal.

Obrigado, amigo Joe - joefatherbr.blogspot.com.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O POETA E O MAR


( Imagem baixaki )
Acordei logo cedo
fui ali ver o mar
contou-me tantos segredos
coisas lindas de escutar.
Do seu verde, do seu azul, do seu sal.
As ondas no vai e vem, fazendo diferente
o que todo mundo pensa que é igual.
O mar beija meus pés, mas não faz reverência a ninguém,
apenas um jeito de pedir que eu fale de mim também.
Falei de minhas ondas variáveis, minhas cores, meus sabores, inclusive do meu sal.
É sempre assim,
fiz poesia para ele, ele fez poesia para mim.
Foi assim que o grande encontro que se deu.
Às vezes, penso que sou o mar
e o mar pensa que sou eu.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A MULHER NO MÊS DE FEVEREIRO


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Mais uma "re-postagem" para brincar com as novas amigas que ainda não conhecem.
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Todo mundo já ouviu dizer uma piadinha velha e machista: “Qual o mês que a mulher fala menos? Aí o bobão respondia: “Fevereiro, porque só tem 28 dias”.
Concordo . Em fevereiro a mulher fala menos:

Fala menos de amor
Fala menos “Eu te amo”
Fala menos em Deus
Fala menos em sonhos
Fala menos de amizade
Fala menos de carinho.
Faz menos orações.
Faz menos amor.
Vai menos ao cinema com a gente.
Dá menos colo.
Tem menos ciúme.
Dá menos conselho
Telefona menos pra gente.
É dois dias menos, da gente.

Realmente, eu detesto o mês de fevereiro por isso. Para eu ter tudo isso, gostaria que todos os meses tivessem 31 dias.

Aposto que a mulherada já estava pensando em cair de pau, pensando que eu ia malhar, né? Eu não, meninas. Sempre detestei essas piadinhas, tanto de um lado como do outro, ou seja, não gosto muito de feministas radicais também, piadinhas essas que nunca levaram a nada. Homem precisa de mulher e mulher precisa de homem, são duas peças que se encaixam (e como se encaixam) e fim de papo. Deixem a mulher falar, gente!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O VIRALATA


Vira-lata sem dono
sua sina é o abandono.
Prefere a madrugada ao sono,
mas é feliz.
Dono do próprio nariz.
Não se assusta com mais uma esquina
nem com caravanas jogando poeira,
apenas vive à sua maneira
roendo o osso duro que é viver,
só precisa fugir da carrocinha
que jamais vai entender.
Dorme na rua,uiva pra lua
nem sabe por que razão.
Não se importe,vira-lata
quem lhe chama de vagabundo
não conhece o que é o mundo
ou talvez não tenha coração.
Quem lhe chama de bandido
e joga pedras em sua ferida
talvez nunca tenha sofrido
nunca soube o que é a vida.
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Nota: Recordando mais uma poesia juvenil.
Esse aí da foto é meu amiguinho Fred, que não é viralata, mas se deixar solto, apronta he he. Será por quê?
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RESPEITEM OS ANIMAIS.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

VOU ALI SER FELIZ


Amigo, sol, bom dia.
O dia raia em poesia
que se derrama sobre essa cama
que não me ama, apenas me aceita,
lembranças de um dia longo
suspiros de uma noite estreita.
Passarinhos em si be mol
e em qualquer outro tom
iniciam a orquestra, é mais uma festa
abrindo um dia bom.
Estou indo amigo, sol.
Conhecer a aquarela que me mostras à janela.
Sei que não mereço este quarto
pelo sorriso que me apresentas,
então eu parto
para viver o dia, e até fazer o dia,
pois o que não estiver bom, a gente reinventa.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DICA ÀS MULHERES


Se a revista feminina que você assina ou o site que você acessa ensinam que para conquistar o homem precisa tratá-lo mal, rasgue a revista e mude de site,estão levando seu dinheiro de graça, pois homem gosta é de carinho e colo. O problema não chega a ser exatamente perder o dinheiro. Vejam minha carinha de desconfiado. Pronto, falei.
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Em tempo, quem não viu postagem anterior, veja, pois está muito bonita.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O ANJO, O MENINO E O BEIJA-FLOR


Vejam só que imagem linda,legal, maravilhosa. Quem fez para fim foi a Edna(camposelima.blogspot.com), minha amiga conterrânea, sim, conterrânea da gostosa cidade de Iapu, pertinho de Ipatinga e Caratinga. Depois alguns dizem que internet que não é coisa boa. Não fosse a net não teria encontrado pessoas boas, assim como ela e ainda por cima conterrânea, que me fez essa homenagem emocionante. Claro que a imagem merece uma poesia. Espero que gostem.
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O ANJO, O MENINO E O BEIJA-FLOR
O menino tem asas. O mundo é sua casa.
O menino é um anjo. O menino é um beija-flor.
Seu melhor arranjo é uma aura de amor.
O anjo cuida, o passarinho beija, o menino brinca,
o menino deseja além do comum.
Formam uma trinca, num só corpo fazem um.
O anjo abre o dia... e uma prece ecoa.
O beija-flor, o vento desafia.
O menino voa na aventura de mais um dia.
Mas onde estão as asas do menino?
As asas do menino... são a sua poesia.
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"Esse menino não para. Parece um beija-flor". (Que frase gostosa ouvi quando criança)

"Onde estão suas asas? Pois só lhe falta isso para ser anjo".
(Que frase gostosa ouvi já adulto. Pronto, está respondido. Na poesia)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DA MINHA JANELA


(autor da imagem Leonidas vidal)
Estou recordando um de meus poemas antigos preferidos. Fiz esse poema do alto da minha janela, quando vi uma senhorinha, bastante idosa levando uma lata d’água na cabeça. Numa cidade totalmente urbanizada, cheia de progressos, ainda tem gente que leva lata d’água na cabeça. Essas diferenças é que matam a gente. A gente precisa se colocar no lugar das pessoas para saber o que elas passam, precisa entender o que elas vivem antes de julgar. Como a gente gosta de julgar! Por exemplo, quando ocorrem esses desmoronamentos e morre um monte de gente, o que mais se ouve é: “Por que a pessoa mora num morro daqueles sabendo que vai cair?”. Ora, a pessoa não tem para aonde ir, vai morar onde? Só resta o morro. Isso é falta de política social, habitacional, controle de natalidade, etc, etc, etc. De vez em quando é bom a gente descer aos porões da vida, da vida realmente dura de pessoas tratadas como invisíveis, quem sabe assim a gente passa a reclamar menos e a agradecer mais.
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A Bíblia na cabeceira. Na janela o sol.
O pardal, despertador natural mostra no quintal,
o girassol, o arrebol.
Hoje eu quero ser gente!
É tão simples, mas, tão raro.
Ora barato, ora caro esse paladar.
Mas, como vou saber se não provar?
Então não quero castelos, nem diamantes belos,
só o fundo do poço, o ponto de partida,
A dor da ferida.
A lata d’água na cabeça, a cabeça que só olha para o chão;
aí eu releio o milagre do pão.
Quero que Madalena me atire uma pedra.
Chega de ser juiz, hoje quero ser réu, e por falar em réu,
quero ser o Cristo mendigo
de farrapos e mau odor
mendigando um pouco de amor.
O menino que engraxa para o doutor.
A dor do parto que vira amor.
E a gente ainda parte sem dar um beijo.
E por falar em Judas,
dele não quero beijo nem ajuda.
Quero ser o inocente da cela, não o colarinho da tela.
E por falar em tela,
não quero jornais, nem tevê, quero olhar dentro de você.
Não quero a mentira séria, quero a piada da miséria.
Nem o cientista com projetos de heresia,
prefiro a mágica da poesia .

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AVENTURAS DO CARLOS- GOLEIRO POR UM DIA


(IMAGEM google- menino maluquinho, criação de Ziraldo, um dos orgulhos de Minas )
CLIQUE NA IMAGEM
Tem situações que a gente tem que resolver na hora. Outras demandam mais tempo, mais cuidado, mas as inusitadas, repentinas, quando não se tem muita escolha, são na hora mesmo. Eu tinha uns quatorze anos e a gente tinha um timinho bem arrumadinho. Arrumadinho em tese, quase nunca tinha reservas, goleiro era só um. O importante é que a gente era feliz. Ninguém tinha dinheiro, mas uniforme, bola e apito, não faltavam. Jogávamos torneios entre bairros, íamos longe de ônibus para jogar. Haja picolé e falatório dentro do ônibus. Estávamos jogando num bairro bem distante, perdendo de 2x1, nosso goleiro caiu de mau jeito e quase quebrou o punho, só sei que deu um caroço enorme na junta e teve que sair. Gritaram. "Carlos, vai pro gol". "Eu, pro gol? Nunca fui goleiro. Tá doido?". Como se diz, quando falta goleiro, mandam o pior jogador pro gol. Tudo bem que eu não era um Ronaldinho Gaúcho, mas também não era tão ruim assim, era bom corredor, liso, ágil. Tudo bem, fui. Amolado, mas fui. Marcelo, um dos poucos grandes do nosso time, preocupado por eu ser franzino, perguntou. "Você aguenta, Carlos? Vai encarar? Os caras são grandes e chutam forte". Sem querer, dizendo isso ele me deu injeção de ânimo. Falei. "Claro que sim. Sou um homem ou um rato? Pois não vai passar nem uma bola aqui mais". Dizem que a palavra tem poder e tem mesmo. Não passou mais nada, agarrei como um campeão do mundo, pulava pra lá, pulava pra cá, voava, os adversários xingando... "que m... de goleiro é esse?", e meus amigos me abraçando a cada defesa, que nem eu sei como fazia. Só sei que estava gostando. Final. Ganhamos de 4x2. Na volta no ônibus e por quase uma semana, no bairro, na escola, comentário geral. "O Carlos agarrou demais. Parecia um gato". Eu brincando. “Mas eu sou um gato”. “Você não foi, perdeu, tinha que ver o Carlos no gol". "A gente tem um goleiraço e não sabia". Tentaram me efetivar no gol, mas eu não quis. Pensei. "Nem eu mesmo sei como fiz aquilo. Melhor ser heroi um dia do que sair frangando depois e esse dia em que deu tudo certo ficar esquecido. Ser goleiro é muito difícil. Deixe que eles guardem na memória esse dia feliz. De nossa comemoração, nossas risadas e blá, blá, blá no ônibus, nossos gritos de guerra. Momentos assim não se pode manchar. Daqui a pouco, nosso goleiro que é mesmo goleiro, estável, equilibrado, volta, e eu continuo correndo no campo. Meu negócio é correr, correr, correr". O curioso é que nunca deixei de ser escalado, mesmo sendo um jogador muito comum. Aquela turma gostava de mim. E assim foi meu dia de goleiro.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

DEZ COISAS SOBRE MIM


Amiguinha Dri(calmaamor.blogspot.com), me concedeu a honra de estar entre os que recebem esse selinho doce, e com a possibilidade de falar um pouco de mim. Eu já não gosto,né? A brincdeira é dizer 10 coisas que você acha interessante sobre você. Quem quiser fazer, esteja à vontade.
Claro, eu participo. Com duas observações.
1)Gosto de dar explicações nas respostas 2) Só dez coisas? Pouco demais.
VAMOS LÁ
1) Já imitei Elvis Presley. Estão rindo de quê? É sério. Ao abrir os olhos quando terminou o poutpourri de músicas dele, só tinha eu no meio do salão, estava todo mundo olhando, abriram uma roda enorme. E eu saí na maior metideza.
2) Capotei o carro duas vezes. Ô Anjo da Guarda bom. Bem que minha mãe dizia, e diz, que a gente não pode esquecer dele. Mas garanto que não vai ter a terceira.
3) Já quase fui preso por defender um idoso num ônibus, cheguei a entrar no camburão. Tive que pedir desculpas ao motorista. Nem se falava ainda em "Estatuto do Idoso". Falando nisso... existe?
4) Se pudesse conheceria o mundo todo. Ver outros povos, seus costumes, história,etc. Adoro viajar.
5) Nunca apanhei quando criança. Deve ser por que minhas artes eram do bem ou inofensivas, como salvar cachorrinhos viralatas da carrocinha. Sair na frente da carrocinha espantando os bichinhos. Um dia peguei um fedorento no colo e falei que era meu para eles não pegarem. O pior é que não saiu mais de frente de casa e minha mãe e irmãs xingavam muito. Virei o defensor dos viralatas fracos e oprimidos.
6) Não gosto de escuro, principalmente quando estou sozinho, e normalmente estou. Não é medo, não sei o quê, só não gosto. Durmo quase sempre com a luz acesa.
7) Quando posso, passo horas olhando o mar. A natureza é a prova maior de Deus. Deus fez grandes paisagens, mas o mar... ah, o mar. Ele exagerou. O mar é demais! Já fiz lindas poesias de frente para o mar .
8) Não tenho raiva de ninguém, apesar de estar sendo sempre testado. Estou sempre apto a dialogar. Não gosto de conflitos
9) Não tenho nenhuma dificuldade ou vergonha de dizer que choro. Acho bonito homem chorar.
10) Vou ser redundante. Meu maior orgulho... poesia. A poesia é meu charme.

VALEU,DRI!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

SAINDO DO DIVÃ - VOCÊ


Muito feliz com tantos comentários. Quanta gente bacana no meu blog. Infelizmente não estou conseguindo responder como fazia antes no meu blog. Quando morava em Minas tinha mais tempo. Mas saibam que leio todos com carinho e alguns até me emocionam. O poema abaixo é uma sequencia da postagem anterior, alguns já conhecem, mas como tem muita gente nova no blog( graças a Deus), resolvi relembrar essa fase importante de autoafirmação para mim. Um abraço, amplo, geral e irrestrito.
VOCÊ
Você faz perguntas.
Busca, rebusca.
Perde-se no labirinto de seu ego.
Vai ao analista para falar de insônia
e dos fantasmas que o assombra.
Mas,será que está cego e não vê a resposta à sua sombra?
Você único que é,
você de pé é tudo,está em tudo.
O que é permitido?E o proibido?
O ódio e a flor?
O que é o beijo?...
a máscara de Judas ou uma declaração de amor ?
Faz diferença noite chuvosa ou estrelada
se você está nela?
Você existe, você “É”,
é o mais importante...
grão de areia ou gigante.
Você é único no universo,
quem pode imitar?
Certo ou errado, quem pode julgar?
Quem é o juiz, quem é o réu?
O que você acha do inferno e do céu?
Nada faz diferença,
pois, bem e mal são irmãos
fazendo a história se dando as mãos.
Dois rios diferentes desembocam no mesmo mar .
Você pode nadar nesse mundo, mergulhar fundo
com a certeza que é parte ativa
na grande locomotiva
ora árdua,ora divertida
que traça os caminhos da vida.
///////////////////////////////
Espero que não se importem. Tenho postado fotos pessoais porque pegar imagens da net é complicado, mesmo citando o autor. Acabei de acordar, vejam a foto. Agora vou ali ver o mar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"DE POETA, MÉDICO E LOUCO... TODOS NÓS TEM UM POUCO". - UM MENINO NO DIVÃ


Houve um tempo, preocupado com a insônia que se alongava, me instruíram a procurar um analista. Nem sei por que fui, acho que por curiosidade. Gosto de saber o que pensam de mim, ainda mais sendo um profissional, pessoa neutra. Perguntou o que me incomodava, o que me chateava, o que me deixava triste, o que me deixava feliz, de quê eu tinha saudades, que contasse sobre infância e atualidade, com o quê eu trabalhava, quais eram meus sonhos, frustrações, e por aí vai. Difícil falar de tudo isso para uma pessoa que a gente nunca viu, mas ele tinha tato, sua parede estava cheia de diplomas e condecorações não era à toa. Lá pelo quarto dia, quando perguntou do que mais gosto, do que eu não viveria de jeito nenhum, respondi que era poesia. Ele disse. "Traga para mim na próxima sessão. Mas não escolha, pegue aleatoriamente". Empolgado, levei logo umas vinte. Depois que leu, disse. “Se tivesse mostrado essas poesias no primeiro dia, pouparia todas as outras sessões, pois isso aqui é sua própria terapia. Vi muita verdade entre o que li e o que você falou. Ser diferente, não é ser pior nem melhor que os outros. Apenas é diferente, e eu acho isso uma tremenda qualidade. O que você precisa é saber conduzir isso já que escolheu ser diferente. Nem sempre vai agradar, no início as pessoas até gostam, mas com o tempo se afastam, é uma espécie de contramão. O que você precisa saber é que quem está na contramão são elas e não você, pois esse é o seu estilo de vida. Porém precisa estar preparado para a solidão, pessoas diferentes têm tendência à solidão, precisam saber conviver com isso. E não seja triste nunca por isso. Ame-se, orgulhe-se de você mesmo, seus próprios poemas falam disso, vi um ego muito forte neles. Também não tente mudar as pessoas, abrace aquelas que lhe entendem, ainda que poucas, mas são as que se encaixam a você. Nas relações, a gente busca os semelhantes a nós. Melhor ter uma pessoa ao seu lado dizendo que você é bom, que é belo, que gosta de você a ter um monte ao seu lado sem quererem estar ali”. Bem, tive mais três sessões, ele me ensinou umas técnicas de dormir bem, eu não pratiquei nem a metade. Só sei que ficou tão meu amigo que começou a contar coisas de sua infância rs rs... quase que a gente troca de lugar. Por pouco ele se deitava no divã e eu sentava em sua cadeira. Chegou a dizer isso. “Se não for horário de cliente, se quiser vir aqui pra conversar pode vir quando quiser, gosto do seu papo”. Um dia mostrei a ele um poema no meio da rua, perguntou onde havia feito, respondi. “Deitado no seu divã”. Impressionado com minha facilidade de tirar um poema daquela situação, ainda brincou, reivindicando uma coautoria no poema. Amanhã eu posto o poema que alguns aqui já conhecem.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

EU QUERIA...


Queria não ser tão frágil,queria ser mais ágil.
Queria ser mais hábil, mais sábio.
queria não teimar tanto, não ser tão renitente,
causar menos espanto, ter mais encanto
para agradar a toda gente.
Queria não ser tão diferente
Queria não pedir tanto colo
Sermais homem, menos menino.
e as coisas nas quais me consolo
fossem as normais
Gostaria de saber cantar como tenorino,
afinado com a vida mais e mais.
Queria ser mais prático, menos lunático
mais lógico, menos utópico, menosmágico.
Queria gostar do que todo mundo gosta.
Queria ser a melhor aposta,
a melhor certeza, de qualquer pergunta a melhor resposta
o melhor caminho
queria ser mais leão, menos gatinho
queria não ter tanto medo de ser sozinho.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

UMA FONTE ESTRANHA


Minha fonte é estranha.
Às vezes me esquece, às vezes me assanha.
Às vezes me sacia, noutras me condena à sede
e minha cabeça vira um emaranhado, um labirinto, uma rede
de confusões, de indecisas sensações.
Às vezes fala não, às vezes fala sim.
Meu peito não concorda
é maldade fazer assim
Mas o que me alegra o coração e a mente
nessa fonte tão estranha e tão bela
é que ela é eficiente
nas vezes em que transborda e minh’alma abastece
fazendo com que eu ainda goste dela
mesmo quando me esquece.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

UM SONHO QUASE INFANTIL


Minha mãe me acordou cedo. “Levanta, menino. É hora da escola. Fica jogando bola até tarde, no outro dia é essa luta para acordar”. Levantei-me, lavei=me, tomei café, minha mãe penteou meu cabelo e disse. Vai com Deus, filho. Nada de bagunça na aula, não quero saber de professora me chamando à escola”. Alguns amiguinhos me esperavam na frente de casa, dizendo. “Vamos logo, estamos atrasados, hoje tem prova”. Na porta da escola, uma revisada rápida na matéria, era sempre assim. Durante a prova a sensação de “por que não estudei mais?”, era sempre assim também. Terminei a prova na impressão de ter tirado pelo menos uns 6... 6,5, sempre a continha do chá. No decorrer da aula a professora me chamou atenção duas vezes. “Assim vou deixar você de castigo”. Mas eu a desmontei da braveza. “Fessora, a senhora não contou estorinha hoje, a senhora sabe que eu gosto”. Faz raiva na tia, a tia não conta”. Ah,fessora, conta sim. Gosto tanto da senhora, eu paro de fazer bagunça”. Apertando a minha grande bochecha, ela falou. “É levado, mas gosto dele”. E tome estorinha. No recreio, queimada meninas contra meninos. Elas sempre ganhavam. Depois futebol, birosca e a merenda. “Hummmm... salada de frutas. Adoro. Vou comer duas vezes. Não, três”. Na volta para casa o caminho parece mais longo, brinca aqui, para ali, fala com um, fala com outro, a camisa de uniforme no ombro e nenhuma pressa. Por isso é bom ser menino. O menino é dono do tempo.
Acordei. Era um sonho. Muito legal. Seria um sonho normal de recordações da infância, não fosse pelo fato de eu o tempo todo no sonho, estar no meu tamanho físico atual entre meus coleguinhas tão pequeninos.