ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 29 de abril de 2012

EU ESTAVA AQUI



Eu estava tão aqui
Tão aí
Tão seu
Tão afim
Tão menino
Tão homem
Tão poeta
Tão feliz.
Tão charmoso.
Eu estava tão lindo...
Só você não viu.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CELEBRANDO A VIDA



( imagens arquivo pessoal- parte de minha parede poética)

Celebrando a vida e nada melhor que celebrar a vida do que com poesia. Sempre foi assim para mim e sempre será: renascendo na poesia. O CLESI- Clube dos Escritores de Ipatinga-Mg, localizado na região do Vale do Aço no leste de Minas, é um conceituado clube de escritores que começou pequeno, cujas três ou quatro primeiras reuniões eu participei, e hoje é citado como referência no site do Governo do Estado na aba cultural. Coordenados por gente abnegada, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e ajudado pela siderúrgica Usiminas, promove circuitos literários todos os anos, incluindo concursos estaduais e nacionais de contos e poesias, além de concurso regional para edição de livros. Promove também concursos infanto-juvenis. Disse que participei das primeiras reuniões, em 1987, quando esse clube ainda era apenas uma ideia, mas depois, devido às circunstâncias, mudei-me de cidade, o que não me impediu de participar dos concursos mesmo à distância. Eu havia tido algumas conquistas literárias fora do estado, mas para mim faltava ganhar alguma coisa na minha cidade, que me viu partir em condições nada favoráveis. Pois no 19º concurso estadual conquistei um honrado 8º lugar. Foi demais, ouvir trinta segundos de aplausos, da minha cadeira ao palco, aplausos esses que ainda ecoam dentro de mim. O que também ainda ecoa dentro de mim foram frases de pessoas que não via há tempos. “ Esse é seu mundo, Carlos. Eu gostaria de estar nesse mundo. Você é mesmo um poeta. Nunca saiu dos seus trilhos. Que bom pra você esse prêmio! Você merecia!”. E essa de um ex professor . “Não sabe como estou feliz e aliviado de ver você aqui. Fiquei meio com remorso pelo que lhe falei naquele dia, até procurei você, mas como era fim de ano, não lhe vi mais”. Ele havia dito que minha poesia era coisa de jovem e que com o tempo eu ia desanimar parando aos poucos. Ele não fez por mal, era gente boa, só foi infeliz. Todo esse relato é para contar que no próximo 05 de maio, o CLESI estará promovendo um grande evento em Ipatinga para comemoração de 25 anos de poesia, com lançamento de coletânea do que eles consideraram os melhores poetas ao longo dos anos, em que eu humildemente e orgulhosamente faço parte. Como pensei que não daria para comparecer devido à minha escala de trabalho, tratei logo de ir buscar um dos três livros a que tenho direito, mas felizmente, o evento foi adiado e eu poderei estar. O livro está lindo, não posso colocar fotos ainda porque me pediram para não divulgar antes do lançamento, o que farei na hora oportuna.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

BLOG DE LUTO



ESTE BLOG ESTÁ DE LUTO DEVIDO À PERDA DE UM SOBRINHO DE APENAS 22 ANOS. VOLTO EM ALGUNS DIAS!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

JORNADA


( imagem google )

Seja na brisa, seja no furacão.
Seja em águas mansas, seja em maremoto.
Na agonia ou na esperança.
Em terra firme ou num terremoto.
Na alegria ou no abandono.
No inverno ou no verão ,
na primavera ou no outono
Tudo o que vi, vivi e que por mim passou,
nessa vida levada a esmo,
nada em mim ficou...
a não ser eu mesmo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PÉROLAS AOS PORCOS


( imagem rogeriosampaio.com.br - google )

De vez em quando abro a Bíblia para buscar algum conforto e luz para o meu dia. Eu sei que devia ser sempre, mas a gente não mais tempo para nada. A Bíblia tem muitas filosofias, muitas passagens fortes, e uma das que mais gosto é: "Não jogueis pérolas aos porcos", pois suas palavras e atos serão banalizados por eles, não terão nenhum valor em seus ouvidos, e seu apetite voraz as devorará como fazem com a lavagem que lhes é mais apropriada, serão engolidas sem ao menos sentirem seu delicioso sabor. Isso se não as deixarem esquecidas na lama. Os porcos não entendem de pérolas. No texto de orelha do livro ÁGAPE, de Pe Marcelo Rossi, Chalita diz que "estão coisificando as pessoas", eu concordo muito com isso e estendo com meu pensamento. Estão banalizando o "eu te amo", "o amor é lindo", e glamourizando a violência principalmente na TV. Depois ninguém entende porque crianças e adolescentes estão se agredindo nas portas das escolas, ou porque alunos agridem professores. Por quê? Porque os porcos desprezam as pérolas e acolhem o que não presta. Evidentemente, graças a Deus nem todas as pessoas são como porcos que tratam as pérolas com desdém. Felizmente, a maioria considera as considera. Cuidado, muitas vezes o que parece luxo, pode ser o lixo glamourizado. Para não fugir muito do assunto inicial, deixo este da violência para depois, embora quase se cruzem. Voltemos aos porcos, digo, voltemos às pérolas. Quando a gente tem a impressão de ter jogado pérolas aos porcos, fica um gosto ruim na boca, sentindo-se meio idiota de ter perdido tempo, mas às vezes penso que é bobagem sentir-se assim, afinal a culpa não é da gente se os porcos não entendem de pérolas. A gente faz com boa intenção, só quer enobrecer a pobre e chata vida dos porcos.
Nunca pensei que um dia teria essa sensação com a minha poesia, isso me dá uma grande tristeza, mas andei jogando pérolas aos porcos. Se pudesse voltar no tempo, não teria escrito tantas poesias, abriria mão delas para não viver essa sensação de agora, de ter perdido meu tempo. Mas o poeta não é dono da própria poesia. Quando ela vem, não tem jeito de segurar, porque são pérolas e não podem ficar escondidas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

QUEIXAS DO POETA À MUSA LUA ( VOLÚVEL)



Volúvel é o tempo com seus contratempos.
Volúvel é o sentimento que muda a todo momento.
Volúvel é o pensamento que parou de pensar porque pensou que não podia pensar.
Volúvel é o rio com suas águas turvas.
Volúvel é o vento que se perde na primeira curva
e não sabe se voltará furacão ou brisa.
Volúvel é a saudade que não tem hora precisa.
Volúveis são as estrelas que mudam de lugar
confundindo meu olhar,
Mas mais volúvel é a lua que muda de fase a cada semana,
ela pensa que me engana,
foi amar outro poeta por aí,
fiz dela tanto uma musa
ela chega, me abusa, me deixa aqui
e vai amar em outro céu.
Uma noite sem lua é um escuro véu.
Tudo tem início, meio e fim.
Se tudo é volúvel, imagine as pessoas,
mas nem tudo que é volúvel é ruim,
existem coisas volúveis que são boas,
assim como, o botãozinho que vira flor.
Volúvel, só não é o poeta
que sempre acredita no amor.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O AMOR NÃO É QUALQUER COISA ASSIM


( imagem tatouag)

O amor não é um brinquedo quebrado
que se joga de lado
ou se deixa num canto qualquer
é preciso dar o amor na dose que a gente também quer.
Amor não é disputa de egos
nem uma luta de cegos.
Amor é reciprocidade, é cumplicidade.
O amor não é qualquer coisa assim
que se começa já pensando no fim.
Amores têm que ser eternos
que vivam a alegria das primaveras,
mas que suportem também os invernos.
Amor não é feito de quimeras,
mas de atitudes deveras.
É preciso plantar o amor
para colher o amor.
É preciso falar de amor
para ouvir de amor.
Há que se merecer o amor.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

EIS O CORDEIRO ( FOI POR TI PORQUE TE AMO)



Quando será o descanso do herói
de um povo que não faz nada?
Um herói que só usa palavras e não espada.
Até quando seus ombros vão aguentar as cruzes de cada um?
Que povo é esse que mata seu rei?
Rei ou cordeiro? os dois...
numa fusão divina e incomum.
Numa via crucis que dura dois mil anos
lá vai ele carregando,
tanto fiéis quanto profanos.
Perdoando a Judas e Pilatos,antigos e modernos
salvando homens de seus infernos.
E as perguntas atravessam o tempo.
Para saber vamos esperar o terceiro milênio ou o terceiro dia?
Por que o beijo,um ato tão sublime
ser o símbolo do traidor?
Até quando pagará o justo pelo pecador?
Qual será o itinerário final
do calvário do bem contra o mal?
E o povo prefere a tragédia, a “divina comédia”
e assim, escolhemos um dia para celebrar o Seu nascimento
e O crucificamos a todo momento.

domingo, 1 de abril de 2012

A LENDA DA FALSA DONZELA



Esse texto está meio “Nelson Rodrigues”, não com a pretensão de ser igual a ele, até porque defendo a individualidade de cada um. Quis apenas fazer um texto com as mesmas características. Nelson Rodrigues entendia muito da alma feminina, seus anseios, suas fantasias sexuais, suas frustrações. Outros dois que são expert’s da alma feminina são Vinicíus de Moraes e Chico Buarque. Centrado principalmente em Nelson Rodrigues, escrevi esse texto, reconhecendo-me como eterno aprendiz da alma feminina.
Verdade ou lenda? Toda verdade tem um fundo de lenda. E toda lenda tem um fundo de verdade. Verdade e lenda são muito mais irmãs do que a gente pensa. A mitologia é a verdade projetada em outras dimensões, mas é preciso ter olhos de simplicidade para chegar à essas dimensões. Modéstia à parte, tenho chegado lá com facilidade, porque eu tenho poderes mágicos: a minha poesia. Eu fecho os olhos e tudo acontece. Vamos ao texto.
////////
Numa pequena cidade ao sul da Itália, nasceu “Bendita”, última filha de um casal de camponês, cujas quatro primeiras filhas morreram ainda crianças, e por isso o nome da última ser Bendita, em alusão à Virgem Maria. “Essa não vai morrer. Essa menina é diferente”, disse o pai. Realmente a menina cresceu em graça, não tão formosa fisicamente, mas tinha uma aura em torno de si, como se o nome Bendita tivesse lhe caído bem. “Parece um santa”, diziam. Já adulta só usava vestidos longos, decote jamais, maquiagem sempre muito simples, só o básico... quando usava. Cada vez mais parecia uma santa. Nas missas, ficava o tempo todo de joelhos, e no dia a dia quando sabia que havia pecado, penitenciava-se em casa ajoelhando sobre caroços de milho. “Devia virar freira. Ela já parece uma”, comentavam. Vivia do trabalho para casa e da casa para o trabalho. E pelos pais. Aos poucos amigos era boa conselheira, prestativa e acolhedora. Era conhecida como a benfazeja do vilarejo. Homem? Nunca foi vista com homem, não teve namorado. “É a única virgem dessa cidade”, era o burburinho das esquinas quando ela passava, reta, cabisbaixa, cumprimentando discretamente a todos, às vezes com um breve sorriso, às vezes com um aceno de mão. Mas Bendita tinha um segredo. Ah... toda mulher tem um segredo. Como alguém me disse uma vez, “ninguém abre totalmente o coração, sempre há uma cortina escondendo algo”. E uma mulher é um poço de segredos. Mas qual era o grande mistério de bendita? Ela desaparecia por quatro ou cinco dias alegando motivos de trabalho, que precisava visitar os grotões para atender comunidades carentes, nesses dias ninguém tinha notícias suas. Quando voltava, se perguntavam como foram os trabalhos, respondia. “Foi uma maravilha. Não podia ter sido melhor.”. Pablo, um historiador, o homem mais inteligente da pequena cidade , de percepção aguçada, sentia que debaixo daquela aura havia um grande mistério, e resolveu segui-la no dia a dia. E Pablo descobriu. Bendita tinha grande tara por homens casados. Tinha um em cada lugar. Quando terminava o namoro com um, punha logo outro no lugar, era rápida. E assim ficou anos... uma santa em sua cidade, mas uma diabinha nas camas redondas nas cidades vizinhas. Sim, no quarto ela não tinha nada de donzela, ou de freira, ou de santa. Transformava-se, era completa na cama, ou melhor, completamente louca na cama, fazia de tudo. Graças a Pablo que a seguiu, Bendita não foi linchada pelas mulheres traídas num vilarejo, que queriam matá-la à pedradas. Pablo interveio rapidamente, jogou-a na carroceria do carro e fugiu perseguido por um bando de mulheres revoltadas que acabaram ficando para trás, engolidas pela poeira. Na estrada, limpando as poucas feridas em seus braços e rosto, Pablo ouviu. “Por favor, não conte isso a ninguém. Deixe-me morrer com meu segredo, meus pais não suportariam se isso viesse à tona”. Pablo prometeu e nunca contou a ninguém, o historiador teve que se calar. Bendita? Nunca mais quis saber de homem algum, principalmente casados. Morreu verdadeiramente como donzela... sozinha e velha, debruçada na janela esperando o tempo passar.
///////////////////////////////////////////////////////////////////
Esse foi o meu momento Nelson Rodrigues. Espero que tenham gostado.